Cientistas americanos criaram uma nanopartícula que estimula as células de defesa (monócitos e macrófagos) a comer as placas de cálcio, gordura e outras substâncias que causam o entupimento das artérias.
A descoberta foi publicada na revista científica Nature Nanotechnology e representa um grande avanço no combate a aterosclerose, distúrbio atinge 2 milhões de pessoas por ano no Brasil.
A nanopartícula é colocada dentro das células imunes, que são responsáveis por combater invasores no corpo. Lá dentro, ela libera um medicamento que estimula os macrófagos a sugar e comer as células mortas e doentes. Isso diminui e estabiliza o tamanho do entupimento dos vasos.
Os macrófagos já realizam, naturalmente, esse trabalho de limpeza do organismo. Mas, no caso desse tipo de doença cardíaca, é preciso estimulá-los a selecionar as células maléficas e a refazer o processo.
“Descobrimos que podemos estimular os macrófagos a comer seletivamente células mortas que causam ataques cardíacos”, explicou Bryan Smith, professor da Michigan State University envolvido na pesquisa.
“E nós podemos colocar a nanomolécula dentro dos macrófagos para mandá-los comer novamente”.
O pesquisador disse que, futuramente, as nanodrogas podem reduzir o risco de diversos tipos de ataques cardíacos com menos efeitos colaterais para os pacientes.
Isso será possível graças ao local em que será depositado o medicamento – no caso, no interior das células imunes; hoje, elas são depositadas na superfície.
A descoberta demonstra que os nanomateriais são capazes de procurar e enviar uma mensagem para as células necessárias ao combate de doenças cardíacas.
“Nosso trabalho futuro incluirá o uso desses nanomateriais em modelos de animais grandes e testes em tecidos humanos”, concluiu Smith.
“Acreditamos que é melhor que os métodos anteriores”. O cientista americano registrou uma patente provisória e começará a comercializá-la ainda este ano.[MSUTODAY]
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[Saúde]