A espaçonave New Horizons, da Nasa, ajudou cientistas a estudarem um misterioso fenômeno no limite do Sistema Solar, onde partículas do Sol e do espaço interestelar interagem.
Esta região, cerca de 100 vezes mais distante do Sol que a Terra, é onde átomos de hidrogênio não carregados do espaço interestelar se encontram com partículas carregadas do nosso Sol.
No ponto em que os dois interagem, acredita-se que haja um acúmulo de hidrogênio no espaço interestelar. Isso cria uma espécie de “parede”, que dispersa a luz ultravioleta.
Cerca de 30 anos atrás, as sondas Voyagers 1 e 2 da NASA detectaram pela primeira vez este muro, e agora a New Horizons encontrou novas evidências para ele.
A New Horizons fez a detecção usando seu espectrômetro Alice UV, fazendo medições de 2007 a 2017. Ela encontrou um brilho ultravioleta conhecido como uma linha Lyman-alfa, que é produzida quando partículas solares atingem átomos de hidrogênio.
Nós vemos esse brilho ultravioleta por todo o Sistema Solar. Mas nesta região chamada heliopausa, parece haver uma fonte adicional causada pela parede de hidrogênio, criando um brilho maior.
Além da parede, há mais luz ultravioleta do que na frente dela, sugerindo que ela está sendo espalhada pelo “muro”
“Essa fonte distante poderia ser a assinatura de uma parede de hidrogênio, formada perto de onde o vento interestelar encontra o vento solar”, escreveram os pesquisadores.
A teoria ainda não é definitiva. É possível que outra fonte de luz ultravioleta em nossa galáxia possa estar causando esse brilho de fundo. Para ter certeza, a New Horizons continuará procurando pelo muro duas vezes por ano.
Em algum momento, a sonda atravessará a parede, e se existir, a quantidade de luz ultravioleta detectada diminuirá. Isso forneceria alguma evidência adicional de que a parede está realmente lá.
A Voyager 1 e 2 já passaram pela parede agora, então não podem fazer mais detecções. Mas a New Horizons está apenas 42 vezes mais longe do Sol do que a Terra, uma distância que levou cerca de 12 anos para alcançar e está atualmente a caminho de explorar um novo alvo chamado Ultima Thule.
Se nossas estimativas estiverem corretas, então, quando a missão terminar em cerca de 10 a 15 anos, ela deve ter chegado à parede. Nesse ponto, podemos saber com certeza se ela está lá ou não.
Fonte:
[IFLS]