Por muito tempo, cientistas consideraram que o universo era plano, mas agora um estudo publicado no periódico científico Nature Astronomy mostrou que, na verdade, vivemos dentro de uma gigantesca esfera fechada.
Antes acreditava-se que no vácuo do universo, as partículas chamadas fótons, que transportam energia das radiações eletromagnéticas, seguiam uma linha reta.
Mas agora, como o universo pode ser esférico, os astrônomos acreditam que essas partículas vão e voltam de onde vieram.
Um dado que sustenta o formato em esfera do universo é a existência de um fenômeno no qual a gravidade curva o caminho da luz – efeito previsto pela teoria da Lente Gravitacional, proposta por Albert Einstein.
Outro indício é que a gravidade também curva a radiação eletromagnética deixada entre galáxias e estrelas.
Essa radiação é um resquício do período inicial do universo, quando o Big Bang ocorreu e se formaram os primeiros átomos neutros – aqueles que têm a mesma quantidade de cargas positivas e negativas.
Nessa pesquisa, a conclusão de que o universo é esférico chegou quando os cientistas viram que a gravidade estava curvando bem mais o caminho da luz.
Eles notaram por meio de dados do Observatório Espacial Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA), que mostram diferenças de concentração entre matéria escura e energia escura.
Matéria escura do universo é uma massa detectável pela força gravitacional, que não emite nenhuma luz. Já a energia escura tem uma pressão negativa, que atua contra a gravidade e que tem acelerado a expansão do universo pelos últimos cinco bilhões de anos.
A discrepância entre a matéria escura e a energia escura faz com que o universo colida consigo mesmo, criando um formato de esfera.
A líder da descoberta, Eleonora Di Valentino, da Universidade de Manchester no Reino Unido, considerou que o estudo pode revolucionar o que sabemos sobre o cosmos, pois nos levaria a “repensar o drástico do modelo cosmológico de concordância atual”.