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O campo magnético da Terra está caminhando para a Sibéria

O campo magnético da Terra é sempre um tema fascinante. Muitos ficam com medo da sua reversão, o que pode acontecer, se vamos morrer por conta disso ou não.

E para piorar tudo isso, e aumentar o fascínio e talvez o sensacionalismo sobre o campo magnético, ultimamente ele vem derivando muito rapidamente em direção à Sibéria.

Um pouco de história

A determinação da posição do polo magnético da Terra começou lá em 1831 com o Ross e depois em 1904 com o grande Amundsen, que se aventuraram perto do polo geográfico da Terra e lá fizeram as medidas em solo.

Desde 1999, porém, o campo magnético é medido e monitorado constantemente por satélites na órbita da Terra, que fornece uma media muito mais precisa. A posição do polo magnético é um indicador indireto do estado do dínamo terrestre, que gera o campo.

Mas o impacto da mudança da posição é bem mais mundano, pois afeta a navegação no planeta e em 2019 foi preciso lançar um novo modelo magnético mundial devido a essa rápida deriva para a Sibéria. Nos últimos anos a posição do polo magnético norte derivou rapidamente do Canadá para a Sibéria.

Mas o que tem causado isso? Basicamente é o seguinte.

O campo magnético da Terra é influenciado pelo que chamamos de fronteira manto-núcleo. Nessa fronteira é que se encontram fluxos magnéticos e esses fluxos é que acabam influenciando a posição do polo magnético.

Bem embaixo do Canadá e da Sibéria existem dois lóbulos de fluxo negativo que chamamos, é uma anomalia magnética.

O que acontece é que nesses últimos anos o lobo que fica no lado Canadá sofreu um alongamento, esse alongamento reduziu de forma significante a assinatura do campo magnético na superfície da Terra.

E isso fez com que o polo norte magnético migrasse para a Sibéria mais rapidamente. Mas o que causou esse alongamento no lóbulo canadense? De acordo com os modelos mais recentes, uma combinação entre fluxo no núcleo da Terra, e uma difusão magnética.

Esses efeitos causaram uma alteração no padrão do fluxo no núcleo da Terra, e a consequência de tudo isso combinado seria essa migração mais rápida para a Sibéria.

Os pesquisadores agora sabem como medir e entender essas variações e isso é importante para poder prever a posição do polo norte magnético nos próximos anos para saber se vamos ter que rever o modelo mais uma vez.

As previsões indicam que o polo continuará migrando sim, podendo variar entre 390 e 660 km para a Sibéria. Pode ser que depois disso, o polo retorne para mais perto do Canadá, mas tudo dependerá do equilíbrio entre os fluxos e os lóbulos.

Agora sabendo como acompanhar essas mudanças tudo fica mais fácil. Então fiquem tranquilos pois nada de muito grave irá acontecer.

Fonte:

Space Today

[Geografia]

Categorias: Astronomia
Davson Filipe: Davson Filipe é Técnico em Eletrônica, WebDesigner e Editor do Realidade Simulada - Blog que ele próprio criou com propósito de divulgar ciência para o mundo. Fascinado pelas maravilhas do universo, sonha em um dia conhecer a Nasa.
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