O interior da Lua está finalmente vindo à luz. A Lua tem um núcleo sólido interno como a Terra e um externo fluido.
A exploração da Lua por seres humanos trouxe um instrumento importante para sua superfície: o sismógrafo. Por meio dele, os cientistas descobriram os terremotos lunares, que revelaram informações sobre o interior da Lua. Nas últimas duas décadas, foi descoberto que a Lua tem um núcleo externo fluido e, agora, uma nova modelagem indica que há também um núcleo interno sólido, semelhante ao da Terra.
Anteriormente, os dados da missão Apollo permitiam que a Lua fosse modelada com ou sem um núcleo interno. No entanto, após análises de modelos que levaram em conta a massa da Lua, sua rotação e como as marés a deformam, foi concluído que há um núcleo sólido interno, com cerca de 500 km de diâmetro e densidade menor que a da Terra.
Além disso, a modelagem também levou a uma descoberta intrigante sobre a reviravolta do manto lunar. Esse fenômeno indica que o material do manto pode ter se movido, com alguns elementos, como o ferro, subindo do limite do núcleo-manto até a superfície, formando rochas vulcânicas que compõem a crosta lunar. Outras partes da crosta mais densas podem ter afundado até o núcleo lunar.
Compreender as propriedades internas da Lua oferece informações sobre seu passado. Acredita-se que a Lua teve um campo magnético extremamente poderoso, produzido pelo núcleo, cerca de 100 vezes mais forte que o da Terra. Atualmente, o campo magnético é quase inexistente, mas entender o interior da Lua pode ajudar a explicar por que isso aconteceu e ocorreu bilhões de anos atrás.
Os resultados da nova modelagem questionam a evolução do campo magnético da Lua, indicando a existência de um núcleo interno, e fornecem informações valiosas sobre a história da Lua nos primeiros bilhões de anos do Sistema Solar.