Base da Força Aérea Brasileira (FAB) no Maranhão, o centro foi construído para ser ponto de lançamento de foguetes científico-tecnológicos pela localização geográfica estratégica.
A fundação ocorreu no dia 1º de março de 1983, assinada por João Figueiredo.
A escolha de Alcântara foi motivada pela proximidade com a Linha do Equador, que catalisa o impulso dos lançadores, economizando combustível utilizado nos foguetes.
Já foram realizadas mais de 20 operações – entre atividades de testes e lançamentos de sondas, desenvolvidas com tecnologia brasileira – ao longo dos últimos 30 anos.
A Operação Pioneira marcou o início das atividades do centro entre 11 e 15 de dezembro de 1989, depois de seis anos do início das atividades. Na ocasião, foram lançados 15 foguetes SBAT (Sistema Brasileiro Ar-Terra) de calibres 70 e 152.
Até o desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélite (VLS), foram necessários 20 anos de pesquisa e aprofundamento. Porém, um acidente técnico poucos dias antes da missão de lançamento marcou tragicamente a história do CLA.
Em 2010, foi lançado o foguete de médio porte brasileiro VSB-30 V07, simbolizando o reinício de uma programação de trabalhos mais ousados.
Marco trágico
No dia 22 de agosto de 2003, um incêndio durante o trabalho de técnicos na Torre Móvel de Integração, que mandaria para o espaço o Veículo Lançador de Satélite I (VLS I), causou destruição e matou 21 técnicos e engenheiros que estavam no local.
Estruturas de aço e outros materiais foram destruídas pelo calor do incêndio, expandido após entrar em contato com os propulsores do VLS I.
O caso paralisou os planos de desenvolvimento de uma tecnologia espacial brasileira e o sonho de lançar um foguete de grande porte para o espaço.
As causas da tragédia foram investigadas pela Agência Espacial Brasileira (AEB), que apontou falhas de caráter humano, logístico e técnico. As famílias das vítimas foram indenizadas pelo Governo Federal.
Recentemente, o governo Bolsonaro afirma que o acordo com os EUA – cujo conteúdo ainda não foi divulgado – estimulará o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro e poderá gerar investimentos de até R$ 1,5 bilhão na economia nacional.
Críticos do pacto apontam, porém, possíveis entraves à transferência de tecnologias para o Brasil, riscos à soberania nacional e efeitos nocivos para moradores de Alcântara, entre os quais estão comunidades quilombolas.
Escute o podcast do canal Xadrez Verbal para saber mais:
[G1], [Tecnologia]
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