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O primeiro passo para fora da Terra: EEI

Fazer vôos com escalas nem sempre é o mais agradável, mas muitas vezes são necessárias. Imagine agora uma viagem da Terra até a lua, não seria conveniente ter uma base para fazer uma “escala”? Um lugar com laboratório, uma equipe e suprimentos para possíveis eventualidades?

Bem esse lugar já está lá e pode ser visto a olho nu e chama-se: Estação Espacial Internacional.

A Primeira Estação Espacial: Salyut

Foram 20 anos de lançamentos de estações espaciais ao espaço realizadas pela antiga União Soviética, sete no total.  A primeira estação, Salyut 1, foi lançada em 19 de abril de 1971, recebendo seus primeiros tripulantes em 7 de junho a bordo da Soyuz 11, passando 23 dias com sucesso em orbita.

Ilustração da Salyut 1

Porém em seu retorno houve uma fatalidade, na reentrada uma válvula equalizadora de pressão da Soyuz 11 abriu, trazendo a bordo apenas os corpos dos tripulantes.

Resistindo Fortemente

Para que um corpo permaneça em orbita é necessário que ele mantenha uma certa velocidade, chamada de velocidade orbital. Se o satélite ou seja lá qual for o objeto estiver a uma velocidade menor que esta a gravidade puxará o objeto para a terra.

Formula da velocidade orbital para um planeta qualquer. Onde: “v” é a velocidade orbital que deve ser calculada, “µ” é o parâmetro gravitacional padrão, “r” é a distância entre o corpo que orbita e o corpo que está sendo orbitado e o “e”  é a energia orbital específica.

Se não existe resistência, um corpo em movimento tende a permanecer em movimento. No caso da terra temos uma atmosfera de ar, então mesmo a uma altitude de vários quilômetros de distancia teremos moléculas de ar criando a fricção o suficiente para diminuir a velocidade da nave.

Solução: Os soviéticos instalaram motores químicos em sua estação espacial, que permitiram impulsos controlados.

A Skylab

Após o sucesso da Salyut tendo passado seus 23 dias em orbita os EUA aceitaram o desafio de bater o record com o lançamento de um enorme laboratório para o espaço.

Esta fotografia foi tirada durante a montagem dos andares inferior e superior dos trabalhos orbitais de Skylab, no Centro de Vôos Espaciais Marshall da NASA em Huntsville, Ala, 1 de janeiro de 1970.

E em 14 de maio de 1973 a NASA realizou o lançamento da Skylab. A primeira estação espacial americana. Na Skylab já em orbita havia a bordo três tripulantes os quais a NASA tinha informações de seus sinais vitais através de ondas de rádio.

Skylab. Credits: NASA

O problema das ondas de rádio é que elas viajam em linha reta, ou seja, eles só teriam os dados uma única vez a cada 90 minutos (tempo que a Skylab leva para orbitar a terra) durante 6 minutos. Tempo insuficiente para que os dados necessários sejam coletados. A solução? Onze bases adicionais no mundo todo. O que ainda foi insuficiente. plano C: Navios com antenas receptoras e transmissoras, porém também não foi uma das melhores apostas, já que um navio não poderia manter a velocidade para sustentar o contato com a  Skylab. Então, veio o plano D: aeronaves!

Aeronaves especiais que possuíam um disco receptor no bico. Motores elétricos de modo que pudessem mover o disco para melhor captação do sinal. Sendo preciso um total de 8 aeronaves para manter contato com a equipe da Skylab.

Um problema “sem Gravidade”?

Poder dar saltos de 10 metros e levantar carros é possível se a gravidade a qual você e todo o resto esta sujeito for pequena o suficiente e pode parecer bem legal, mas ao mesmo tempo pode ser extremamente perigoso. Isso porque vários de nossos sistemas dependem da gravidade de nosso planeta para se manter. E esse é um dos problemas enfrentados por astronautas.

imagem do filme Gravidade, estrela do por Sandra Bullock.

Sem a ação da gravidade contra a qual trabalhar nossos músculos atrofiam e perdem a força, enquanto os ossos se desgastam. Segundo a NASA, os astronautas podem perder até um por cento da sua massa óssea por mês no espaço.

A tripulação da Skylab foi posta na rotina de exercidos contra a resistência de elásticos e uma maquina que simula a gravidade da terra, após passarem por 84 dias a tripulação provou que os seres humanos tem uma chance fora do planeta Terra.

Até mesmo na volta para a Terra há complicações, uma delas é a pressão arterial que precisa ser “recalibrada” para que o coração leve para o cérebro o sangue necessário para seu funcionamento. Além das complicações psicológicas.

Do mesmo jeito que estamos acostumados a colocar um copo de vidro em cima da mesa ao invés de larga-lo no ar, podemos nos acostumar com o contrário.

Foi o que ocorreu ao astronauta Jack Lousma  que disse a revista Time que acidentalmente quebrou uma garrafa de loção pós-barba em seus primeiros dias de volta de uma temporada de um mês no espaço, simplesmente largando-a no ar.

O que vale é competir, trabalho em equipe e essas coisas…

Uma estação espacial maior poderia expandir a capacidade de aprender sobre diversos assuntos relacionados ao espaço e a Terra, mas para isso ser feito seria necessário a união de dois inimigos: Eua e União Soviética.

Essa cooperação teve inicio em 1975, quando a noticia foi dada e pegou o mundo inteiro de surpresa.

A ideia era que do Cabo Canaveral fosse lançada a Apollo (EUA) e do Cazaquistão a Soyuz (União Soviética).

As duas sendo lançada ao mesmo tempo e atracando a uma altura de 220 Km, onde Americanos e Soviéticos se encontraram. Aquele era o primeiro passo em direção a construção de algo ainda maior: A Estação Espacial Internacional.

E em 1998 foi dado o inicio da montagem da Estação Espacial. Concluída em 2011, ela orbita a Terra 15,77 vezes por dia 27.700 km/h.

Estação Espacial Internacional (//Nasa)

 

Aqueles detalhes que fazem a diferença

Recebeu suas melhorias desde a Salyut, uma delas foi o impulso que já não é mais fornecido por motores Químicos e sim por uma solução bem mais elegante: Giroscópio.

A comunicação agora é feita por satélites. Nove satélites presos em orbita fixa sobre a linha do equador.

Quando um sinal é enviado da Estação, ele é repassado para o satélite mais próximo que o envia para a Terra.

A rotina de exercícios também mudou para exatas 2h e 30 minutos.

O giroscópio é um dispositivo que tem um rotor no centro e dois círculos articulados ao seu redor. Ele funciona pelo princípio da inércia; o seu rotor mantém a mesma direção enquanto os círculos externos giram em todas as direções.

Claro que a EEI precisa de energia elétrica e esta é provida por nossa estrela, o sol. A luz solar é convertida em eletricidade através de painéis solares.

A água é reciclada. Ventiladores coletam o suor dos astronautas (umidade condensada) e a urina que não é menos contaminada do que a umidade condensada que através de um processo de destilação.

Nesse processo é possível recuperar 94% da água residual produzida pelos astronautas. Essa água também é utilizada para produzir oxigênio.

Uma corrente que passa pela água produzida pelos astronautas “separa” o hidrogênio do oxigênio dando aos astronautas oxigênio limpo feito a partir de suor e urina.

https://www.nasa.gov/centers/marshall/history/skylab.html

https://www.youtube.com/watch?v=Uc0Ml2D3H0Q

 

Veja também:

  • http://realidadesimulada.com/humanidade-nao-entraria-em-panico-com-a-descoberta-de-vida-extraterrestre/
  • http://realidadesimulada.com/planetas-habitaveis-e-onde-habitam/
Jonas Penalva: Estudante de Engenharia Eletrônica (UFPE), técnico em suporte e manutenção de Informática e Editor do Realidade Simulada. Tendo um grande interesse pela ciência e as coisas que a cercam busca sempre aprender mais a cada dia e passar esse conhecimento a frente.
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