Uma mulher acidentalmente tomou 550 vezes a dose habitual de LSD de uma só vez.
Um novo estudo canadense que analisou três casos bizarros, incluindo o de uma mulher que tomou 550 vezes a dose habitual da droga, tem a resposta.
Mark Haden, diretor da MAPS Canadá (Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos) e professor da Universidade da Colúmbia Britânica, e Birgitta Woods, psiquiatra da Vancouver Coastal Health, publicaram um artigo com três estudos de caso interessantes sobre overdose de LSD.
Em um dos casos, uma mulher de 46 anos cheirou uma dose 550 vezes mais alta que a habitual de LSD recreativo. Ela não só sobreviveu, como a dor no pé da qual sofria desde os 20 anos reduziu dramaticamente.
No segundo caso, uma garota de 15 anos com transtorno bipolar consumiu uma dose dez vezes mais alta que a normal da droga, o que ela clama ter resultado em uma melhora significativa em sua saúde mental.
Por fim, uma terceira mulher acidentalmente consumiu uma dose alta de LSD durante a segunda semana de sua gravidez. Seu filho, hoje com 18 anos, nasceu saudável e não demonstrou nenhum problema de desenvolvimento.
550 vezes
No caso da mulher de 46 anos, conhecida apenas como CB, ela tomou 55 miligramas de LSD puro em forma de pó pensando que era cocaína em setembro de 2015. Os pesquisadores definem uma dose recreativa habitual da droga como 100 microgramas, ou 0,1 miligrama.
Ela desmaiou e vomitou frequentemente pelas próximas 12 horas, embora tenha relatado se sentir “agradavelmente chapada” pelas outras próximas 12 horas, vomitando apenas ocasionalmente.
Segundo sua colega de quarto, ela passou a maior parte do tempo sentada em uma cadeira de olhos abertos ou revirados, dizendo palavras aleatórias. Dez horas mais tarde, já conversava normalmente.
A mulher havia contraído doença de Lyme com 20 e poucos anos, e desde então sofria de uma dor terrível no pé e tornozelos.
Segundo ela, a dor passou no dia seguinte e ela ficou sem morfina pelos próximos cinco dias. Quando o incômodo retornou, era mais fraco e podia ser controlado com doses menores de morfina e microdoses de LSD a cada três dias.
Depois de mais de dois anos, em janeiro de 2018, ela parou completamente de usar morfina e LSD e não demostrou nenhum sinal de abstinência, embora tenha experimentado um aumento em sintomas como ansiedade, depressão e retraição social.
Embora os casos sejam interessantes, os autores observam que todos os três são anedóticos e que nenhum ensaio clínico pode ser realizado para descobrir possíveis tratamentos com doses tão altas. Basicamente, não tente fazer isso em casa.