O oxigênio é muito importante, todos vão concordar. Mas saiba que o oxigênio molecular (O2) só foi aparecer em níveis consideráveis na atmosfera apenas alguns milhões de anos depois da formação do nosso planeta.
E isto nem era em quantidade suficiente para ser possível a vida aeróbica fora da água. O oxigênio produzido por organismos fotossintetizantes dos mares primitivos era quase todo consumido antes de chegar na superfície do oceano.
Somente há 440 milhões de anos que os níveis de oxigênio na atmosfera é que alcançam níveis consideráveis, graças à conquista do ambiente terrestre pelas plantas.
Este fato incrível foi o que proporcionou o deslocamento da vida animal da água para a terra, levando os artrópodes a conquistarem o ambiente terrestre.
Neste época, o planeta teve a sua maior concentração de oxigênio na atmosfera, algo próximo a 35% da composição do ar. Era esta quantidade grande de oxigênio que proporcionou o aparecimento de insetos gigantes, atualmente encontrados nos registros fósseis.
Estes níveis caíram rapidamente até chegarem às taxas atuais de oxigênio molecular na atmosfera, algo próximo dos 20%.
Então vamos fazer um exercício de imaginação e pensar que por cinco segundos esta molécula imprescindível para os organismos aeróbicos sumisse da atmosfera.
O que aconteceria?
Primeiro todos iriamos ser queimados pela radiação solar. O oxigênio segura grande parte dos raios UV que atingem o planeta, impedindo que os seres vivos terrestres sejam queimados vivos.
Além disso, o céu durante o dia ficaria totalmente escuro. Isto acontece porque a diminuição de átomos na atmosfera não faria com que a luz solar fosse refletida, o que dá a cor do céu.
Qualquer metal que não fosse tratado com tinta iria se colapsar contra si mesmo. A capa formada pela oxidação dos metais é o que previne este fenômeno de acontecer. A crosta terrestre iria se desfazer porque 45% dela é composta por oxigênio.
O ouvido interno dos seres vivos iria explodir. Isto acontece porque a pressão atmosférica iria diminuir drasticamente. Todas as construções de concreto desmoronariam, já que o oxigênio é o que dá a liga necessária para manter o concreto rígido.
Como a água é composta por um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio, ela iria se desfazer rapidamente, tornando-se apenas gás hidrogênio, que escaparia da atmosfera terrestre, já que o oxigênio molecular é que mantém os níveis deste gás super leve.
Agora vamos fazer outro exercício. E se a quantidade de oxigênio no planeta dobrasse?
Aviões de papel voariam muito mais longe. O consumo de combustível seria muito mais econômico, já que a combustão é totalmente dependente do oxigênio.
Nós seríamos mais alegres e atentos, o oxigênio em excesso vai direto para o cérebro que ficaria extremamente satisfeito aumentando nosso poder cognitivo, o estado de alerta e também melhoraríamos a nossa performance física.
Mas também coisas assustadoras aconteceriam…
Como falamos ali em cima, os insetos seriam gigantes, pois a forma como eles respiram dependem da concentração de oxigênio no ambiente e a presença do gás aumenta o metabolismo e consequentemente seus corpos seriam muito maiores.
Sem contar que a maior quantidade de oxigênio na atmosfera aumentariam as chances de acontecer incêndios que seriam muito mais difíceis de acabar, já que o fogo é totalmente dependente deste gás.
Por isso, temos que agradecer a moderação e a que quantidade de gás presente em nossa atmosfera é perfeito para termos a vida como ela é!
Fonte:
Publicado originalmente por:
https://www.biologiatotal.com.br
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