Por que às vezes ‘pulamos’ quando estamos quase pegando no sono?
Trata-se de um fenômeno conhecido como espasmo hípnico e pode ser acompanhado por uma alucinação visual.
Todos nós já devemos ter experimentado aqueles movimentos súbitos que o corpo faz quando estamos adormecendo. A sensação é comum e, se combinada com um sonho, pode dar a sensação que você se moveu ou caiu.
Durante o sono, nossos corpos estão paralisados e ficamos indiferentes aos eventos no exterior. O controle de nossos músculos, por sua vez, não é desligado tão facilmente assim.
Uma área do cérebro, conhecida como sistema de ativação reticular, controla funções básicas, como respirar, e nos diz para ficarmos alertas ou não. Outra, o núcleo ventrolateral preóptico, localizado perto do nervo ótico, decide se estamos ou não cansados.
À medida que caímos no sono, o sistema reticular abre mão do controle, que é assumido pelo núcleo ventrolateral preóptico.
O processo é como a diminuição da luz de um quarto com um interruptor do tipo dimmer, que controla a intensidade da iluminação.
Os pulsos de energia aparecem sob a forma de espasmos, por razões que ainda não compreendemos bem.
O que é espasmo hípnico?
O espasmo hípnico é um espasmo ou contração involuntária dos músculos, que desperta violentamente uma pessoa. Mioclonia é um termo que se refere a contrações repentinas, curtas, incontroláveis e involuntárias de um músculo ou grupo de músculos. Por conta disso, esse fenômeno também pode ser chamado de “puxão mioclônico”.
Geralmente, ocorre em estágios mais leves do sono, muitas vezes no momento em que estamos adormecendo, já entrando no estágio REM ou começando a ingressar em um sono mais profundo.
Função evolutiva
Esse despertar brusco nos permite vigiar pela última vez nosso ambiente, dá-nos a oportunidade de garantir que é realmente seguro dormir, criando uma resposta semelhante a um sobressalto. Afinal, é possível que tenhamos adormecido sem querer em um lugar perigoso.
Função evolutiva da qual falamos é que isso nos permitia – ou pelo menos permitia aos nossos primeiros ancestrais – comprovar a estabilidade de nossa posição corporal antes de dormir, principalmente se começávamos a adormecer em uma árvore. O espasmo nos permitia comprovar nosso “ponto de apoio” antes de entrar na inconsciência.