Estima-se que, para cada 105 meninos que chegam ao mundo, nasçam 100 meninas; embora não haja certeza absoluta, algumas teorias oferecem uma explicação.
No Brasil, por exemplo, foram registrados em 2017 2,87 milhões de nascimentos – 1.473.166 homens e 1.400.998 mulheres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Atualmente, esta enviesada proporção resulta em cerca de 10 milhões de meninos a mais do que meninas nascidos em todo o mundo cada ano.
Há alguns países onde essa proporção está ainda mais a favor dos rapazes, mas isso não explica as probabilidades fixas no resto do mundo. A razão meninos/meninas são conduzidas pela mãe natureza.
De fato, é ainda mais desproporcional do que as taxas de natalidade mostram – a concepção humana resulta em
cerca de 150 zigotos masculinos para cada 100 femininos!
Mas há uma trágica razão para esta grande biológica tendência no nascimento:
fetos masculinos têm muito mais probabilidade de nascerem mortos do que os femininos, e os meninos que nascem sofrem de mais doenças fatais, correm mais riscos mortais e são expostos a mais violência do que as garotas.
Na altura em que as crianças crescem e atingem a maturidade sexual, a proporção de homens para mulheres é aproximadamente 1 para 1.
Mas a probabilidade de um rapaz sequer chegar a nascer é também influenciada pelas condições de vida da sua mãe durante a gravidez.
Por exemplo, quando uma enorme escassez de alimentos atingiu a China nos anos 60, a probabilidade de ter um filho subitamente caiu – até a escassez terminar.
E homens Americanos nascidos bilionários parecem ser mais propensos a terem filhos homens. De alguma maneira, a biologia feminina suprime a sobrevivência no ventre durante tempos difíceis e aumenta quando os tempos são bons.
Já vimos o mesmo padrão em outros mamíferos: quando os recursos são escassos, a mãe dá a luz a menos machos do que o normal; quando os recursos são abundantes, elas têm mais.
A melhor explicação que nós temos para isso tem a ver com sexo… o outro tipo.
Em termos biológicos, o único objetivo da copulação é a reprodução – para passar seus genes para alguém que algum dia vai passá-los novamente.
Descendência feminina é quase garantida a se reproduzirem, com ou sem abundância de alimentos, pois mamíferos machos estão quase sempre querendo acasalar.
Machos, por outro lado, tem de competir por privilégios de acasalamento – um animal bem alimentado tem uma boa chance de acasalar com muitas fêmeas, enquanto um macho enfraquecido pela fome pode não conseguir praticamente nada.
Então descendência masculina é um risco maior a correr em geral – em todas as fases eles são mais propensos a
morrer, e mesmo se eles viverem podem não se reproduzir.
Mas se os tempos são bons, o potencial de meninos gerar muitos e muitos bebês faz deles um risco biológico que vale a pena correr.