São cerca de 18 horas de voo entre Nova York e Singapura no voo mais longo do mundo. Mas porque o trajeto é em linha curva?
Você já reparou que quando você voa de um continente para outro, o avião parece fazer uma rota inusitada?
Por exemplo, se você voar de Nova York para Singapura, uma viagem que dura aproximadamente 18 horas e é uma das mais longas da aviação comercial, poderá notar que o avião faz uma rota que vai quase até o Pólo Norte antes de descer até Singapura.
Isso pode parecer estranho e até contraproducente, mas na verdade há uma razão muito lógica para isso.
A razão pela qual os aviões fazem essas rotas incomuns é porque, na verdade, são mais curtas em termos de distância e, portanto, mais eficientes em termos de combustível e tempo.
Quando você olha para um mapa plano, como um mapa de Mercator, é fácil supor que a menor distância entre dois pontos é uma linha reta.
No entanto, a Terra é um esferoide oblato, não uma superfície plana. Como resultado, a distância mais curta entre dois pontos em um globo não é uma linha reta, mas sim uma curva conhecida como “grande círculo”.
Isso é especialmente verdadeiro quando se trata de voos transoceânicos. Por exemplo, ao sobrevoar o Oceano Pacífico, que é o maior e mais profundo dos oceanos terrestres, os voos comerciais raramente voam diretamente sobre ele de leste a oeste ou vice-versa.
Em vez disso, eles optam por uma rota curva para o norte ou para o sul. Isso ocorre porque é mais rápido e mais econômico voar seguindo a curvatura da Terra, o que reduz a distância total percorrida e, portanto, o consumo de combustível.
Para entender melhor por que isso acontece, você pode fazer uma experiência simples em casa. Pegue um globo terrestre e identifique dois pontos distantes, como Nova York e Singapura.
Em seguida, estique um barbante ou fio entre esses pontos, mantendo-o rente à superfície do globo. Você notará que o barbante forma uma curva, não uma linha reta. Essa curva é um exemplo de um “grande círculo” e representa a distância mais curta entre os dois pontos no globo.
CAMINHO GEODÉSICO
Em geometria diferencial, um geodésico é o análogo de uma “linha reta” para espaços curvos. Em um espaço plano, a menor distância entre dois pontos é uma linha reta, mas em um espaço curvo como a superfície da Terra, a menor distância é dada por um geodésico. No caso da Terra, um geodésico é um segmento de um grande círculo.
Para entender o que é um geodésico, imagine que você está caminhando em uma superfície curva e quer ir do ponto A ao ponto B da maneira mais rápida possível. O caminho que você tomaria é o geodésico entre A e B.
Em termos matemáticos, um geodésico é o caminho que minimiza a “distância” (ou, mais tecnicamente, o “comprimento de arco”) entre dois pontos em uma variedade (neste caso, a superfície da Terra).
Na aviação, os pilotos e planejadores de rotas usam o conceito de geodésicos para determinar a rota mais eficiente entre dois aeroportos.
Outros fatores como correntes de vento, zonas de tráfego aéreo e condições meteorológicas também são considerados. No entanto, o ponto de partida é frequentemente o geodésico entre os dois pontos, que oferece a menor distância a ser percorrida.
O uso de geodésicos não se limita à aviação ou à geografia. Eles também são fundamentais em campos como a relatividade geral, onde descrevem o movimento de partículas em um espaço-tempo curvo, e em ciência da computação, onde são usados em algoritmos para encontrar o caminho mais curto em uma variedade de aplicações.
Então, da próxima vez que você estiver em um voo de longa distância e se perguntar por que o avião está tomando uma rota que parece estranha, lembre-se de que há uma ciência e uma lógica muito bem fundamentadas por trás disso.
Pode parecer estranho à primeira vista, mas essa abordagem, na verdade, economiza tempo e recursos, tornando a aviação mais sustentável e eficiente.