Por mais de 50 anos, um fenômeno intrigou os pesquisadores. Mesmo a -2 ºC, os valentes peixes da Antártida não congelam. O que há por trás dessa façanha? Fique ligado, pois esse segredo será revelado em breve.
Estar adaptado ao clima é questão de sobrevivência. Uma espécie de anticongelante natural é o responsável por manter os bichinhos aquáticos vivos.
As águas geladas do Oceano Antártico são um desafio, mas, nada que esses super-animais não tirem de letra, ainda sem virar sushi.
Peixes são animais extremamente adaptáveis
Os peixes são um dos animais mais antigos do planeta. Estima-se que eles tenham surgido por volta de 45 milhões de anos. Muito provavelmente, foram os primeiros vertebrados a surgirem na Terra.
A maioria da espécie é composta por herbívoros, que comem, principalmente, algas. Alguns deles são carnívoros e alimentam-se de outros peixes, e de outros animais, como moluscos e crustáceos.
Nas zonas abissais, ainda há organismos que, mesmo na falta absoluta de luz, conseguem sobreviver. São os peixes detritívoros.
Eles se alimentam de restos orgânicos, vindos da superfície iluminada e também de outros amiguinhos, que são exemplares carnívoros. Isso que é saber nadar conforme a corrente!
Eles são seres que apresentam grande facilidade de adaptação ao ambiente. Povoam, desde as águas salgadas dos mares e oceanos, até as águas doces, dos rios e lagos. Nestes locais, enfrentam as mais adversas condições. E se saem muito bem na tarefa de sobreviver.
Eles têm um formato hidrodinâmico, ou seja, que favorece o deslocamento na água. Glândulas produtoras de muco e as escamas lisas e organizadas garantem menor atrito com o meio aquoso.
Além disso, os peixes são animais pecilotérmicos. Isso quer dizer a temperatura de seu corpo varia de acordo com a do ambiente em que está inserido. Ou seja, internamente, eles estão com a mesma temperatura da água em que nadam.
Frio extremo
A temperatura das águas, na Antártida, chegam a -2ºC. Em suma, o ponto de congelamento dos peixes gira em torno de -0,9ºC. Ou seja, o mais provável seria ver peixinhos congelados boiando por lá? Certo? Errado!
Esse segredo intrigou cientistas por muitos anos, afinal, as condições dessas águas parecem ser inóspitas para qualquer ser vivo.
Em 2010, o Journal of the American Chemical Society publicou um estudo que detalhou o funcionamento do mecanismo de sobrevivência no corpo do bacalhau-da-antártida (Dissostichus mawsoni). Os cientistas conseguiram isolar a proteína responsável pelo fenômeno.
O segredo está nas proteínas
Os peixes de água fria têm em comum um elemento. Tal substância permite que sobrevivam, mesmo em baixas temperaturas. Durante uma expedição na Antártida, pesquisadores capturaram um exemplar desse tipo de peixe. A partir dele, isolaram uma proteína muito especial, presente no seu sangue.
Em síntese, os experimentos usaram técnicas para registrar e acompanhar o movimento de moléculas de água, misturadas com as tais proteínas congelantes dos peixes. O que ficou demostrado é que essa substância provoca a aceleração e uma espécie de ordenação das partículas de água.
Em suma, por estimularem este movimento mais rápido e organizado, os cristais de gelo não conseguem se formar no sangue dos animais.
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