Por centenas de anos, o Vaticano classificou a capivara como um peixe
As capivaras, os maiores roedores do mundo, são encontradas na América do Sul e possuem excelentes habilidades de natação, apesar de sua aparência volumosa.
Elas costumam passar o tempo na água e podem prender a respiração debaixo d’água por até cinco minutos. As capivaras têm características faciais simplificadas e pés palmados, que lhes permitem nadar rapidamente para longe de predadores em potencial. Apesar de suas tendências aquáticas, as capivaras pertencem à família gigante de roedores Preá e não são peixes.
Durante a Idade Média, comer certos animais era proibido durante a Quaresma, um período de jejum na fé cristã que comemora o retiro de 40 dias de Jesus no deserto.
Na Venezuela, clérigos perguntaram ao Vaticano se as capivaras, com seus pés palmados e gosto de peixe, poderiam ser classificadas como peixes, permitindo que continuassem a comê-las durante a Quaresma. O Vaticano concedeu seu pedido em 1784, classificando o roedor como um peixe, permitindo que os cristãos as consumissem durante a Quaresma.
A historiadora do meio ambiente Dolly Jørgensen explica que a restrição alimentar não era sobre carne versus peixe, mas sobre terra versus água. Outros animais aquáticos, como capivaras e castores, foram categorizados como aquáticos e, portanto, permitidos para comer durante a Quaresma.
A classificação do Vaticano das capivaras como peixes não é única. O castor, outro animal não pescado, também recebia a mesma classificação e podia ser consumido pelos católicos durante todo o ano. Se os católicos desejassem um prato de peixe, eles tinham a opção de comer castores.
Fonte:
[Mundo]
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