O primeiro estabelecimento que disponibilizará a compostagem de corpos humanos deve começar a funcionar no outono de 2024, na cidade de Seattle, nos Estados Unidos.
O anúncio foi feito após autoridades flexibilizarem a legislação estadual, autorizando procedimentos do tipo na região.
Este é um projeto antigo liderado por Katrina Spade, dona da empresa Recompose, que busca alternativas aos funerais comuns no Ocidente, como a cremação e enterros.
Segundo Spade, o objetivo é minimizar o desperdício, evitar poluir as águas subterrâneas com fluidos de embalsamamento e impedir as emissões de dióxido de carbono (CO2), provenientes da cremação e da fabricação de caixões, lápides e túmulos.
A compostagem humana foi desenvolvida com ajuda da pesquisadora Lynne Carpenter-Boggs, que comanda o Urban Death Project, que tem o mesmo intuito de Spade.
A ideia da é colocar o cadáver em um compartimento reutilizável e cobri-lo com lascas de madeira, alfafa e feno, mantendo-o arejado.
De acordo com o site do Recompose, o processo permite que as bactérias trabalhem mais rápido, decompondo o corpo.
“A redução orgânica natural é um processo biológico gerenciado usado para converter material orgânico, incluindo restos humanos, em um material orgânico terroso estável que é irreconhecível como restos humanos.
Durante o processo, as mudanças ocorrem em nível molecular”, explicam especialistas.
Os únicos cadáveres que não poderiam passar por esses processos são os de pessoas que morreram vítimas de doenças contaminosas, como o Ebola.
Quem tem implantes dentários ou marca-passo, por exemplo, poderá ter o mesmo fim; os artefatos só terão de ser removidos antes.
Após a decomposição do corpo, que dura alguns meses, variando para cada pessoa, o os restos integrados ao solo poderão ser recolhidos pelos familiares do morto ou levados para áreas de conservação em Seattle.
“Ao permitir que processos orgânicos transformem nossos corpos e os de nossos entes queridos em algo útil ao solo, ajudamos a fortalecer nosso relacionamento com os ciclos naturais, enriquecendo a terra”, dizem os representantes do projeto.
Apesar de ter previsão para entrar em funcionamento em 2024, o Recompose já tem uma sede de 1.720 metros quadrados.
A previsão de custos é de aproximadamente U$ 5,5 mil (R$ 22,6 mil, na atual cotação), o que é mais caro que uma cremação, mas menos que o enterro e a manutenção de uma cova, para os padrões norte-americanos.
Fonte:
[Ciência]