A velocidade da luz é uma das constantes mais importantes da física. Medida pela primeira vez pelo astrônomo dinamarquês Olaus Roemer em 1676, foi Albert Einstein que percebeu que a luz define a velocidade limite do nosso universo, de 299.792.458 metros por segundo.
Mas enquanto a velocidade da luz é enfiada na cabeça de jovens físicos logo cedo, a lei de Einstein também estabelece que todo movimento é relativo, o que nos fez pensar: qual a velocidade do eterno oposto da luz, a escuridão?
A resposta simples é que é só a velocidade da luz. Apague o sol, e o nosso céu vai ficar escuro oito minutos depois.
Mas fácil é chato! Pra começar, o que nós geralmente chamamos de “velocidade da luz” é a velocidade da propagação, o que nem sempre é o fator definitivo.
Uma sombra se espalha pela paisagem a uma velocidade governada pelo objeto que a projeta. Por exemplo, enquanto a luz de um farol gira, ela ilumina a paisagem em intervalos regulares. A velocidade do chão de sua sombra aumenta com a distância do farol.
Se afaste o bastante, e a sombra vai passar por você mais rápido do que a propagação da velocidade da luz (isso acontece de verdade em estrelas rotatórias de nêutron no espaço, com consequências mensuráveis).
Tudo o que a velocidade da luz significa nesse caso é que existe um atraso: se o farol aponta para 12 horas, você vai ver o brilho um pouco mais tarde. Mas isso não altera o ritmo dos eventos que você vê na sua localização.
Já que estamos falando isso, a escuridão existe de fato? Se você apagar o Sol, a Terra não ficaria completamente escura. Luz das estrelas, nebulosas e do Big Bang continuariam a encher o céu.
O planeta e tudo nele, incluindo nossos corpos, brilhariam em infravermelho. Dependendo de como, exatamente, você conseguiria apagar o Sol, ele continuaria a brilhar durante muito tempo. Enquanto conseguirmos ver, vamos enxergar alguma coisa.
Nenhum detector de luz consegue registrar escuridão total, porque até as flutuações quânticas produzem pequenos brilhos de luz.
Até um buraco negro, o objeto mais escuro que podemos conceber, emite alguma luz. Na física, diferente da percepção humana, a luz sempre espanta a escuridão.
Escuridão não é uma categoria física, mas um estado mental. Fótons atingindo, ou não atingindo, as células da retina podem causar a experiência, mas não explica a experiência subjetiva da escuridão, assim como o comprimento das ondas não explica a experiência das cores e sons.
A nossa experiência consciente muda de momento para momento, mas os instantes individuais daquela experiência são eternos. Nesse sentido, escuridão não tem velocidade.
E a velocidade em geral, existe tal coisa?
Ela pressupõe uma estrutura de espaço, e cientistas enxergam fenômenos em física quântica onde conceitos espaciais parecem não ser aplicáveis, sugerindo para algumas pessoas que o espaço é derivado de outro grau mais fundamental de realidade, onde não existe algo como posição, distância ou velocidade.
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