Faz quase 50 anos que o astronauta americano Neil Armstrong se tornou o primeiro homem a andar na superfície da Lua. “Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade”, disse ele na ocasião.
Pouco depois, foi a vez do seu colega Buzz Aldrin dar uma volta pelo Mar da Tranquilidade, uma região lunar localizada na face visível da Lua, e constatar: “uma desolação magnífica”.
Desde aquela missão da Apollo 11, em julho de 1969, a Lua se manteve praticamente intocada – ninguém pousa lá desde 1972. Mas isso pode mudar em breve.
Quem é o dono da Lua?
Todo mundo. Pelo menos é isso que diz um acordo assinado pelos membros da ONU em 1967. O Tratado do Espaço estabeleceu que nenhum país pode se apropriar de corpos celestes, mas não fez qualquer restrição quanto à exploração comercial ou científica.
A única tentativa de organizar esse tipo de exploração ocorreu em 1979, quando a ONU criou o Acordo da Lua. O projeto fracassou, já que Estados Unidos e Rússia não aderiram. Sem regras estabelecidas, o direito de uso é de quem chegar primeiro.
China, Japão, Índia, Europa e Estados Unidos já se preparam para novas viagens à Lua.
Dessa vez, para ficar. A ideia é explorar o solo do satélite artificial, rico em selênio (mineral utilizado na prevenção ao câncer), e investigar a existência de água congelada a poucos metros de profundidade, o que facilitaria a instalação de bases espaciais para viagens mais longas.
Especialistas estão preocupados. “Não podemos deixar que aconteça na Lua o que aconteceu na Terra, onde guerras e conflitos delimitaram territórios”, diz o brasileiro José Monserrat, perito em direito espacial.
Negócios
Do outro lado, alguns empresários já pressionam os governos para estabelecer propriedades privadas no satélite.
A organização Space Frontier Foundation faz conferências anuais para empreendedores que queiram explorar esse filão. Do jeito que a coisa vai, ao invés de terra de todos, a Lua pode acabar virando terra de ninguém.
Há diversas empresas e nações interessadas em explorá-la e, possivelmente, minerar suas superfícies em busca de recursos como ouro, platina e minerais de terras raras muito usados em eletrônicos.
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