Se o universo é repleto de infinitas estrelas, que emitem luz como o sol, por que fica escuro à noite?
A pergunta intrigou gerações de cientistas e, há 200 anos, o astrônomo alemão Heinrich Olbers elaborou uma teoria que passou esses dois séculos sendo descreditada. Até agora.
Com as novas imagens do telescópio espacial Hubble, o “paradoxo do céu escuro” parece, enfim, ter sido provado. A ideia é de que nuvens de hidrogênio impediriam que a luz dessas outras estrelas iluminassem o céu da Terra de forma permanente, quando o sol já não estivesse iluminando metade do planeta.
A pesquisa que defende a ideia de Olbers foi publicada na Revista Astrophysical.
Até então, os astrônomos estimavam que havia de 100 a 200 bilhões de galáxias no universo observável – não o suficiente para encher o céu noturno a partir da Terra, mas as novas imagens do Hubble possibilitaram estimar o número de galáxias em cerca de dois trilhões de galáxias, mais de 10 vezes mais do que se acreditava.
O professor Christopher Conselice, astrofísico da Universidade de Nottingham, que participou no estudo Hubble, disse: “O fator extra de 10 ou mais vezes o número de galáxias é capaz de preencher o céu com estrelas.
Mas a maior parte dessa luz, ou toda a luz das galáxias mais distantes, está sendo absorvida pelo gás hidrogênio que está entre nós e ela e essa foi uma das ideias que Olbers havia sugerido”, alegou, em entrevista ao jornal britânico The Independent.
Ele acrescentou ainda que a análise do espectro de luz foi possível após identificar as nuvens de hidrogênio. “Nós simplesmente não sabíamos que havia galáxias atrás daquela parede de hidrogênio.
Pode haver múltiplos universos, pode haver coisas por trás do que conhecemos como o horizonte, mas só podemos ver o limite, que é basicamente a quantidade de luz à distância poderia ter viajado desde o início do universo”, disse ele.
As galáxias não podem ser vistas porque estão tão distantes do universo e não é o suficiente para que a luz tivesse tempo para chegar à Terra.
As imagens do telescópio Hubble foram capturadas ao longo de nada menos que 20 anos e possibilitaram a criação de uma maquete digital em 3D do universo.
A descoberta joga luz sobre a contagem de galáxias, discussão que tomou novo rumo em 1924, quando o astrônomo que dá nome ao telescópio, Edwin Hubble, mostrou que a galáxia de Andrômeda não fazia parte da Via Láctea, onde estamos.
Mesmo com a evolução das tecnologias, esse tipo de resposta continua sendo de difícil acesso. Até porque apenas se faz estimativas sobre o universo “observável”, do qual a luz emitida é capaz de chegar à Terra.
“O que nos espanta é que mais de 90% das galáxias do universo ainda estão para ser descobertas e estudadas. Quem sabe o que encontraremos com a próxima geração de telescópios?”, provoca Conselice ao jornal britânico The Guardian.
Apesar de não serem visíveis, muitas das galáxias que se tem conhecimento do universo “não observável” foram apontadas a partir de novos modelos matemáticos que sugerem inferências sobre o que há além do alcance da potência dos atuais telescópios.
Acredita-se ainda que nos primeiros bilhões de anos do universo, haveria 10 vezes mais galáxias do que há hoje, o que poderia apontar uma espécie de evolução no cosmo.
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Fonte:
curiosamente.diariodepernambuco.com
Referências:
http://iopscience.iop.org/article…
http://www.independent.co.uk/news/science…
https://www.theguardian.com/science…
http://iopscience.iop.org/journal/0004-637X
https://www.independent.co.uk/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrela
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