Você usa o cotonete eventualmente para limpar o ouvido? Está na hora de abolir essa prática. É o que aconselham as diretrizes médicas da Academia Americana de Otorrinolaringologia.
De acordo com a recomendação, publicada recentemente na revista científica Otolaryngology-Head and Neck Surgery, não se deve colocar qualquer coisa “menor que o cotovelo em seu ouvido”.
O problema é que as hastes flexíveis — ou qualquer objeto que alcance o local — podem machucar o ouvido.
Os pesquisadores explicaram que os objetos têm potencial real de causar cortes nos canais auditivos, perfurar os tímpanos e ainda deslocar os ossos auditivos. Como consequência, as pessoas podem ter perda de audição, tontura ou outros sintomas de lesão de ouvido.
Sabe-se que o organismo produz cera naturalmente para manter os ouvidos lubrificados, limpos e protegidos.
Qualquer tipo de sujeira, como poeira, grão de de areia, entre outros, que chegue ao ouvido fica preso à cera, que impede as partículas de chegar ao canal auditivo.
Os movimentos habituais da mandíbula, como falar e mastigar, juntamente com o crescimento da pele dentro do canal, normalmente ajudam a mover a cera antiga de dentro para fora da orelha, onde é lavada durante o banho. Ou seja, o próprio corpo se encarrega de se livrar da cera.
Ao utilizar um cotonete, corre-se outro risco: empurrar a cera, em vez de retirá-la. Estima-se que 2% dos adultos tenham alguma dificuldade de eliminar a cera naturalmente e, por isso, podem sofrer perda auditiva.
“Nesses casos, é melhor buscar um profissional de saúde para tratar do problema”, disse James Battey, diretor do Instituto Nacional de Surdez e Outros Distúrbios da Comunicação, à CNN.
Em outras palavras, cotonetes oferecem pouco ou nenhum benefício médico, mas têm o potencial de representar um risco para sua saúde.
Além de tudo isso, cotonetes também são prejudicais para o meio ambiente. Enquanto versões em papel estão disponíveis, a maioria ainda usa plástico e não é biodegradável.
Uma vez que as pessoas assumem incorretamente que podem ser jogados no vaso sanitário, eles podem entrar em sistemas de água e contribuir para a poluição de plástico marinho.
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