Em fase final de construção no interior de São Paulo, o Sirius é um equipamento de última geração que produz radiação síncrotron.
Ele é formado por três aceleradores de partículas – no caso, elétrons – das quais se extraem feixes muito concentrados de uma luz especial capaz de penetrar profundamente até em materiais muito densos e produzir imagens nítidas de sua estrutura microscópica.
O Sirius está sendo instalado em um prédio especial de 68 mil metros quadrados, isolado das vibrações e da temperatura do exterior.
Quando estiver em funcionamento, também permitirá reconstituir o movimento de fenômenos químicos e biológicos ultrarrápidos que ocorrem na escala dos átomos e das moléculas, importantes para o desenvolvimento de fármacos e materiais tecnológicos, como baterias mais duradouras.
Ele está em construção desde 2014 no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), a 15 quilômetros de Campinas, e deve estar pronto para um teste inicial até o final deste ano, caso as verbas solicitadas meses atrás ao governo federal e por ele aprovadas sejam liberadas logo.
Projetado pelas equipes do LNLS, o Sirius substituirá o UVX, a primeira fonte de luz síncrotron do hemisfério Sul, construída nos anos 1990 e hoje não mais competitiva.
Cerca de 90% de suas peças foram desenvolvidas nas oficinas do LNLS ou desenhadas ali e produzidas por empresas brasileiras de alta tecnologia.
Quando estiver em plena atividade, o Sirius será, ainda que por um tempo limitado, a fonte de luz síncrotron mais avançada do mundo e também a com maior brilho na faixa dos raios X em sua classe de energia.
De modo simplificado, isso significa que o acelerador permitirá extrair dos elétrons viajando a quase 300 mil quilômetros por segundo feixes muito concentrados de uma luz que penetra profundamente até em materiais densos, como rochas, e permite produzir imagens nítidas de pontos distantes entre si poucos nanômetros (milionésimos do milímetro).
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