Sonda chinesa pousa no lado oculto da Lua pela primeira vez na história

Oculto

A sonda espacial chinesa Chang’e 4 pousou, nesta quinta-feira (3), no lado oculto da Lua — a parte do satélite que não é visível da Terra.

Segundo a Administração Nacional Espacial da China, é a primeira vez na história que este pouso é realizado. As informações são das agências de notícias EFE, Associated Press, e da Rede Global de Televisão da China (CGTN, em inglês).

A nave, que tem um módulo e um ‘rover’ — veículo de exploração espacial — deve estudar a composição mineral, o terreno, relevo e a manta da superfície lunar, a camada abaixo da superfície.

Também deve realizar observações astronômicas por meio de baixas frequências de rádio, a chamada radioastronomia.

A alunagem [aterrissagem na superfície lunar], realizada às 0h26 (horário de Brasília), “abriu um novo capítulo na exploração humana da Lua”, afirmou a agência espacial chinesa.

O local exato do pouso foi a cratera Von Karman, no polo sul lunar, que tem 24 mil quilômetros de largura e 13 quilômetros de profundidade.

Segundo a AP, cientistas chineses acreditam que pousar nessa cratera possibilitaria coletar novas informações sobre a manta da Lua.

Primeira imagem do lado oculto da Lua feita pela sonda. — Foto: Administração Nacional Espacial da China/Xinhua News Agency via AP
Primeira imagem do lado oculto da Lua feita pela sonda. — Foto: Administração Nacional Espacial da China/Xinhua News Agency via AP

Lado oculto

O lado oculto da Lua é relativamente pouco explorado e tem uma composição diferente daquela do lado “próximo”, que pode ser visto da Terra, e onde outras naves já pousaram.

Países como a antiga União Soviética, os Estados Unidos e até mesmo a própria China já haviam realizado missões desse tipo.

De acordo com a Nasa, a agência espacial americana, essa parte do satélite foi observada pela primeira vez em 1959, quando a nave soviética Luna 3 enviou as primeiras imagens.

Em 1962, os Estados Unidos tentaram enviar uma missão não tripulada ao lado oculto da Lua, que não deu certo, segundo a EFE.

China no espaço

Foguete Long March-3B, que carrega a sonda lunar Chang'e 4, decola do Centro de Lançamento de Satélites Xichang em dezembro de 2018 — Foto: Reuters
Foguete Long March-3B, que carrega a sonda lunar Chang’e 4, decola do Centro de Lançamento de Satélites Xichang em dezembro de 2018 — Foto: Reuters

A Chang’e 4 foi lançada no dia 8 de dezembro do ano passado pelo foguete Long March 3B, do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan. Quatro dias mais tarde, a sonda entrou na órbita lunar.

As comunicações entre a sonda e a Terra são possíveis graças a um satélite, Queqiao, posto em órbita em maio de 2017 e que funciona como um transmissor “espelho” de informações entre os centros de controle na Terra e Chang’e 4.

O objetivo do programa Chang’e, que começou com o lançamento de uma primeira sonda orbital em 2007, é uma missão tripulada à Lua a longo prazo, ainda sem data definida

A chegada da Chang’e 4 marca as ambições chinesas de rivalizar com os EUA, a Rússia e a Europa no espaço — e, mais amplamente, de solidifcar a posição da China como um poder regional e global.

Fonte:

G1

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