A NASA liberou as primeiras descobertas de uma das mais audaciosas missões atualmente em curso no Sistema Solar.
A Parker Solar Probe, que está perto do Sol como nenhuma outra sonda pôde chegar, já descobriu muita coisa sobre a estrela.
Nada menos que quatro artigos escritos a partir de dados da sonda foram publicados na revista científica Nature nesta quarta-feira (4).
Entre os estudos, está mais uma confirmação de que os ventos solares são diferentes nas proximidades do astro, inclusive em comparação com o que medimos aqui na Terra.
Recentemente, a sonda New Horizons confirmou que a força dessas partículas solares é reduzida conforme nos afastamos da estrela guia.
Aqui na Terra, esses ventos solares, quando mais ativos, podem impactar o campo magnético do planeta, com potencial até mesmo de afetar dispositivos de comunicação.
Cientistas buscam, de diversas maneiras, compreender melhor esses fenômenos para evitar um apagão comunicativo no planeta, entre outros problemas.
De acordo com as observações, o vento solar nas proximidades da estrela possui um sistema dinâmico e altamente estruturado, parecido com o estuário que serve de transição de um rio para o oceano. Nas proximidades da Terra, esse vento é uniforme.
Esse dinamismo, uma espécie de zigue-zague das partículas solares, não havia sido previsto em nenhum modelo anterior, e pode ajudar a compreender melhor como os campos magnéticos solares, mais complexos do que se esperava, influenciam a trajetória do vento solar.
Dados também trazem mais mistérios
Outro fator observado pelos pesquisadores é que o plasma liberado pelo Sol possui influência na rotação da estrela. Ainda falta compreender a velocidade dessas ejeções.
Os dados também descobriram que existe uma área próxima ao Astro-Rei em que não há presença de partículas de poeira.
E mais um mistério que a Parker Solar Probe ainda tenta resolver é o motivo de a coroa solar, a atmosfera estendida da estrela, atingir temperaturas que chegam aos milhões de graus Celsius, sendo até milhares de vezes mais quente, e não mais fria, que os cerca de 5.600 graus da fotosfera.
A sonda está em uma órbita que varia entre distâncias maiores e menores da superfície do Sol. Os dados estudados foram todos coletados a uma distância de, pelo menos, 24 milhões de km.
A missão prevê que a proximidade máxima será de 6 milhões de quilômetros da superfície.
“Nessa época, o Sol fará a transição para uma fase mais ativa de seu ciclo de 11 anos, então podemos esperar resultados ainda mais empolgantes em breve”, obervou Daniel Verscharen, pesquisador do University College London, que não participou dos estudos, mas comentou os artigos em um texto na mesma edição da Nature.
Conforme a sonda se aproxima da superfície solar, novos dados serão coletados, e os cientistas esperam que mais mistérios sejam solucionados.
A ESA (agência espacial europeia) também vai lançar uma sonda para estudar as proximidades do Sol, a Solar Orbiter, que certamente vai nos ajudar a compreender melhor a Estrela Guia de nosso planeta, além de outras estrelas no universo que sejam parecidas com o nosso Sol.
Para saber mais assista ao vídeo abaixo do canal do Schwarza:
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