Robô se transforma em líquido para escapar da prisão
A famosa cena do filme Exterminador do Futuro 2, em que o ciborgue T-1000, rival do personagem interpretado por Arnold Schwarzenegger, consegue fugir de uma prisão, se transformando em um líquido metálico, foi recriada por cientistas.
Eles desenvolveram um material que consegue mudar de forma entre estados sólido e líquido, permitindo que realize feitos incríveis, como pular, escalar e até mesmo escorrer para fora de uma gaiola.
Em um dos vídeos das experiências, ele foi moldado como um pequeno robô de Lego e aparece escapando de uma cela, passando por entre as grades e depois voltando a ser sólido, igual ao vilão do filme.
Chamado MPTM (Magnetoactive Phase Transition Material ou material de transição de fase magnetoativa, em tradução livre), sua forma e movimentos são controlados por campos magnéticos.
Do que é feito?
O robozinho foi feito com uma matriz o metal gálio, que, quando puro, se liquefaz a 29,8 graus Cesius.
Foram adicionadas partículas de uma liga de três outros elementos (neodímio, ferro e boro), para amplificar a interação magnética.
Um campo magnético externo induz uma corrente elétrica dentro do gálio, transformando-o de sólido a líquido, através do calor gerado.
Um estudo foi publicado na revista científica Matter. “É quase como o T-1000, no sentido de que você tem esta estatueta e ela derrete em uma bolha, e é sugada através destas barras de prisão”, disse a autora Carmel Majidi, que dirige o Soft Machines Lab da Universidade Carnegie Mellon, ao site Vice.
Além do vilão de Exterminador do Futuro, o trabalho também teve uma inspiração biológica: o pepino do mar, animal marinho conhecido por alternar passar de macio a muito duro quando ameaçado.
Para que pode servir?
A capacidade de alternar entre estados sólidos e líquidos é útil para acessar espaços de difícil acesso com precisão. A criação pode ser usada em novas tecnologias biomédicas e de engenharia, como:
entrega direcionada de medicamentos a órgão específicos; extração de corpos estranhos de dentro do organismo; montagem e reparo de circuitos eletrônicos; chave de fendas universal (se moldando na ranhura do parafuso).
Os campos magnéticos permitem que o material possa saltar 20 vezes a sua própria altura, girar sobre si mesmo a 1.500 rotações por minuto ou mover-se a uma velocidade de um metro por segundo.
“Eu não teria imaginado que houvesse tantas respostas e capacidades diferentes destes sistemas de materiais. Isso realmente se destacou como bastante surpreendente, e também emocionante”, concluiu Majidi.
Fonte:
[Mundo]
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