Em novembro de 2018, após uma viagem épica de 41 anos, a Voyager 2 finalmente cruzou a fronteira que marcava o limite da influência do Sol e entrou no espaço interestelar.
Mas a missão da pequena sonda ainda não está concluída – agora ela está enviando para casa informações sobre o espaço além do Sistema Solar. E está revelando algo surpreendente. Conforme a Voyager 2 se move cada vez mais longe do Sol, a densidade do espaço está aumentando.
Não é a primeira vez que esse aumento de densidade foi detectado
A Voyager 1, que entrou no espaço interestelar em 2012, detectou um gradiente de densidade semelhante em um local distinto. Os novos dados da Voyager 2 mostram que não apenas a detecção da Voyager 1 foi legítima, mas que o aumento na densidade pode ser uma característica em grande escala do meio interestelar local (MIL).
A borda do Sistema Solar pode ser definida em alguns limites diferentes, mas aquele atravessado pelas sondas Voyager é conhecido como heliopausa e é definido pelo vento solar – um vento supersônico constante de plasma ionizado que sai do Sol em todas as direções.
A heliopausa é o ponto em que a pressão externa do vento solar não é mais forte o suficiente para repelir o vento interestelar. O espaço dentro da heliopausa é a heliosfera, e o espaço fora dela é o MIL. Mas a heliosfera não é uma esfera redonda.
É mais parecido com um formato oval, com o Sistema Solar em uma extremidade e uma cauda atrás; o “nariz” é apontado na direção da órbita do Sistema Solar na Via Láctea.
Conforme as sondas Voyager cruzavam além da heliopausa, seus instrumentos chamados de Plasma Wave Science detectaram a densidade de elétrons do plasma por meio de oscilações.
A Voyager 2, que percorreu o caminho longo, passando por Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, cruzou a heliopausa em 5 de novembro de 2018 a uma distância de 119 unidades astronômicas (17,8 bilhões de km).
Ela mediu as oscilações do plasma em 30 de janeiro de 2019 a uma distância de 119,7 unidades astronômicas (17,9 bilhões), encontrando uma densidade plasmática de 0,039 elétrons por centímetro cúbico, muito próxima à medição da Voyager 1.
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