Dados registrados durante os últimos meses da Cassini ainda nos dão um vislumbre de Saturno. Uma nova pesquisa da missão Grand Finale da sonda revelou uma interação anteriormente desconhecida entre Saturno e sua lua Encélado, onde ondas de plasma estão viajando entre os dois corpos.
Quando a Cassini se aproximou cada vez mais de Saturno antes de mergulhar entre as tempestades do planeta, os cientistas aproveitaram-se de sua proximidade única para fazer leituras que não seriam possíveis de uma distância maior.
E, em uma de suas aproximações, duas semanas antes do mergulho final, usou seu instrumento RPWS (Radio Plasma Wave Science) para capturar os sons das ondas de plasma viajando entre Saturno e Encélado, mostrando pela primeira vez que essas ondas viajam nas linhas do campo magnético conectando os dois corpos.
Não há, naturalmente, nenhum som real no espaço. O som é uma vibração em um meio como o ar que, ao atingir e vibrar o tímpano, é percebido como som. Sem ar no espaço, essas vibrações não podem se propagar.
Mas as ondas de rádio são diferentes. Elas são uma forma de radiação eletromagnética – como a luz – que é criada através de campos elétricos e magnéticos auto-propagáveis – o que significa que elas podem viajar livremente pelo espaço.
Podemos converter essas ondas de rádio em som usando uma tecnologia que usamos para fins de comunicação aqui na Terra. Os cientistas então converteram esses sinais captados pela sonda em áudio e aceleraram de 16 minutos para 28,5 segundos.
O resultado é, quase literalmente, assustador: um uivo assobiante estranho que abaixa e depois se eleva. Ouça:
Nova pesquisa lança uma nova luz sobre esta estreita relação entre o planeta e o satélite, enquanto ressalta as peculiaridades surpreendentes de Saturno – e nos dá uma excelente nova gravação para adicionar à nossa coleção de uivos assustadores do espaço.