A ciência por trás da vontade de apertar algo “fofo”

Fofo

Já sentiu vontade de morder, esmagar ou apertar um bebê bochechudo? E um filhote muito fofo? Mesmo sem ter o desejo de machucá-lo?

Há alguns anos a Universidade Yale tornou “cute aggression” um termo oficialmente acadêmico, provando que pessoas expostas a imagens fofíssimas estouram mais plástico-bolha do que pessoas que observam fotos corriqueiras.

Mas isso não indicava grandes coisas quanto ao motivo. Até porque a Agressão Fofinha não é um fenômeno universal. Tem gente que sente, e tem gente que não.

Como explicar o motivo?

Outra universidade – dessa vez a da Califórnia, em Riverside – veio ao resgate. Em um estudo recém-publicado, pesquisadoras observaram o que acontece dentro do cérebro quando alguém sente a tal Agressão Fofinha.

Foi o primeiro estudo do tipo já feito. 54 voluntários foram expostos a imagens fofas (insira aqui qualquer filhote de mamífero) e imagens não-fofas (uma banana? algo neutro quanto à fofura). A atividade cerebral deles era monitorada a cada instante.

Combinando esses exames de imagem e entrevistas com os participantes, as pesquisadoras concluíram que a reação de Agressão à Fofice está associada a dois fatores:

um estímulo muito grande ao sistema de recompensa do cérebro (ou seja, alguém que deriva muito prazer daquele objeto fofo) e uma sobrecarga do sistema que processa emoções.

Quanto menor era o prazer que alguém sentia ao ver um bebê ou um cãozinho fofo, menor a chance de sentir a tal agressividade – cerca de 35% dos participantes não sabia o que era a “vontade de apertar essa fofurinha”. Os demais, porém, estavam bastante acostumados com esse sentimento.

Os resultados indicam que a cute aggression é a forma como lidamos com essa “pane” no cérebro. 

A sensação de overdose de fofura pode ser exatamente o que o cérebro sente, em nível fisiológico: uma incapacidade de lidar com o tanto de estímulos derivados da mera visão de um serzinho lindo e indefeso.

Justamente por ser indefeso, aquele serzinho precisa de cuidados.

Ninguém cuida de um bebê por razões culturais: nossos instintos são programados para suprir as necessidades daquela criança – e de qualquer coisa que se pareça com ela, como um filhote de cachorro.

Ou seja: ao ver algo que se parece com um bebê, você adquire um comportamento insanamente protetor. E essa vontade incontrolável de proteger se manifesta na forma de cute aggression.

Fonte:

Super Interessante

Artigo:

http://bit.ly/2AMAac2

Leia também:

Entenda o que pode estar por trás do ‘desafio dos 10 anos’