Médicos norte-americanos usaram método pioneiro para reconstrução
A soldada Shamika Burrage do Exército norte-americano passou por uma cirurgia histórica: após perder a orelha esquerda durante um acidente no Texas há dois anos, ela conseguiu “crescer” uma nova em seu braço.
Trata-se de um procedimento delicado e pioneiro para os médicos militares dos Estados Unidos. Para realizá-lo, o doutor Owen Johnson III, chefe de cirurgia plástica do Hospital Militar William Beaumont, foi treinado por Patrick Byrne, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, o autor desse método de reconstrução.
Foi quase um ano de preparação para a cirurgia. “O objetivo é que, quando isso tudo terminar, a orelha tenha uma boa aparência e, em cinco anos, alguém que não a conheça nem perceba”, afirmou Johnson III em anúncio. “Ela é uma jovem soldada em ação e merece a melhor reconstrução que podemos oferecer.”
O procedimento consistiu em usar a cartilagem das costelas de Burrage para esculpir uma nova orelha, que foi colocada embaixo da pele do antebraço da soldada de forma que pudesse crescer.
O que diferencia a técnica de Byrne das restantes é a transferência de tecidos microvasculares, que envolve a costura dos tecidos às veias, reestabelecendo a circulação do sangue. “É como um transplante na própria pessoa. 99% das vezes você consegue um tecido saudável em funcionamento na nova área como resultado”, disse o especialista.
Após alguns meses no braço, a orelha está pronta para ser colocada na cabeça. Quando tudo estiver terminado, a paciente recuperará a sensação da orelha. “Ela terá artérias, veias e até um nervo fresco, então poderá sentir tudo”, explicou Johnson III.
Burrage ainda passará por mais duas cirurgias para terminar a reconstrução. “Foi um processo longo para tudo, mas estou de volta”, concluiu ela.