Caça ilegal está fazendo com que elefantes evoluam de modo a perderem suas presas
Um número crescente de elefantes africanos estão nascendo sem as presas, por conta de mudanças genéticas geradas pela caça excessiva por conta do marfim.
De acordo com informações do jornal The Independent, do Reino Unido, em alguns locais da África, 98% dos animais estão nascendo sem as presas, em comparação ao máximo de 6% nascidos dessa forma no passado.
Quase um terço dos elefantes foram mortos de forma ilegal desde 2006 para a extração do marfim. O material é vendido, sobretudo, para a Ásia, onde há uma demanda grande, principalmente no mercado chinês.
No Parque Nacional de Gorongosa, em Moçambique, por exemplo, 90% dos elefantes foram abatidos entre 1977 e 1992, durante a guerra civil do país.
Dos que sobraram, quase metade das fêmeas não tem presas e acabam passando o gene sem presa para os filhos. “Fêmeas sem presas são propensas a produzir descendentes sem presas”, afirmou Joyce Poole, chefe da instituição de caridade Elephant Voices.
“As presas são usadas para cavar alimentos e água, para desenterrar árvores e galhos e para defesa pessoal. Um elefante sem presas é um elefante aleijado”, informou Poole.
AS CONSEQUÊNCIAS
Cientistas dizem que a proporção significativa de elefantes com essa má-formação pode estar alterando o comportamento dessas comunidades, e eles querem descobrir, por exemplo, se esses animais possuem uma maior área de vida, pois eles precisariam cobrir um terreno maior para encontrar alimentos.
As presas são dentes que cresceram demais, porém, são usadas em atividades do dia-a-dia: para procurar água ou minerais no solo, descascar árvores para obter alimentos ricos em fibra, e na competição pelas fêmeas entre os machos.
As atividades que os elefantes fazem com suas presas é vital para outros animais também. Os elefantes tem um papel importante em derrubar árvores e cavar acessos para a água, e várias espécies inferiores dependem deles.
As presas também ajudam a criar habitats. Alguns lagartos, por exemplo, preferem construir suas tocas em árvores descascadas ou derrubadas por elefantes.
Se os elefantes estão alterando onde vivem, a velocidade com que se movem, ou para onde vão; isso pode trazer grandes consequências para os ecossistemas ao redor.
Referência:
https://www.nationalgeographicbrasil.com