Cientistas capturam ligação química de átomos pela primeira vez

Átomos

Pela primeira vez na história, cientistas da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, filmaram átomos rompendo e formando ligações químicas.

O fenômeno microscópico ocorre em uma escala muito pequena, entre 0,1 e 0,3 nanômentro — o que é 500 mil vezes menor que a espessura de um fio de cabelo.

Métodos avançados de microscopia, como a microscopia de força atômica (AFM) ou a microscopia de tunelamento (STM), podem encontrar as posições dos átomos e medir diretamente o comprimento das ligações entre eles.

Entretanto, registrar esses fenômenos em tempo real é algo bem mais complicado — e nem era essa a proposta do grupo no início da pesquisa.

A equipe tentava analisar dois átomos de um metal conhecido com rênio e, para isso, colocaram-nos em nanotubos de carbono.

Então, sem querer, uma das moléculas presas ali escapou e parou em um espaço livre entre dois nanotubos. Lá, o vínculo entre os dois átomos de rênio se rompeu e então se ligou novamente.

“Até onde sabemos, esta é a primeira vez que a evolução, a quebra e a formação de ligações [químicas] na escala atômica foram gravadas em filme.

A microscopia eletrônica está se tornando uma ferramenta analítica para determinar estruturas de moléculas”, disse Andrei Khlobystov, um dos pesquisadores, em comunicado.

Os cientistas ingleses, que publicaram o estudo no Science Advances, também descobriram novas informações sobre as ligações químicas do rênio — a proposta inicial da investigação.

Segundo Stephen Skowron, responsável pelos cálculos da pesquisa, o metal estudado por eles pode formar diferentes tipos ligações, e determiná-las é importante para que os cientistas compreendam melhor as propriedades magnéticas, eletrônicas e catalíticas do material.

“Nesse experimento, observamos que os dois átomos de rênio são ligados principalmente através de uma ligação quádrupla”, explicou Skowron. “Isso fornece novas ideias fundamentais sobre a química desse metal de transição.”

Veja o vídeo completo capturado pelos cientistas.

Fonte:

Revista Galileu

[Ciência]