Astrônomos observam evento raro da fusão de três buracos negros

Buracos Negros

Astrônomos encontram três buracos negros que estão prestes a se fundir

No Universo, às vezes um buraco negro supermassivo se depara com uma grande quantidade de matéria e, graças à sua gigantesca força gravitacional, ele a “devora”, produzindo um brilho intenso e formando um quasar.

Se esse novo objeto é um tanto raro, encontrar dois deles orbitando ao redor um do outro é ainda mais difícil — uma missão para alguns dos melhores astrônomos do mundo, com certeza.

Em um artigo publicado no The Astrophysical Journal na quarta-feira (26), pesquisadores da Universidade de Tóquio, no Japão, revelam ter encontrado não um e nem dois desses objetos, mas três pares de quasares.

Como se não bastasse, a equipe de cientistas também descobriu que as duplas de buracos negros supermassivos que os formam estão em “rota de colisão”, ou seja, irão se fundir muito em breve.

Segundo os cientistas, estima-se que apenas 0,3% de todos os quasares conhecidos tenham dois buracos negros supermassivos em rota de colisão um com o outro.

“Apesar de sua raridade, eles representam um estágio importante na evolução das galáxias, onde o ‘gigante central’ é despertado, ganhando massa e potencialmente impactando o crescimento de sua galáxia hospedeira”, disse Shenli Tang, coautor do estudo, em comunicado.

Astrônomos encontram três pares de quasares que estão prestes a se fundir. Acima: o quasar duplo SDSS J141637.44+003352.2 (Foto: Silverman et al.)
Acima: o quasar duplo SDSS J141637.44+003352.2 (Foto: Silverman et al.)

Como explicam os astrônomos, o que torna particularmente difícil detectar um par de quasares é a intensidade do brilho emitido:

é tanta luz que fica complicado saber se ela é proveniente de um ou dois buracos negros supermassivos. Além disso, é necessário observar uma área bem grande do céu para capturar esses fenômenos.

Os astrônomos contam que o objetivo inicial do estudo não era detectar quasares duplos, mas a pesquisa acabou indo nessa direção durante as análises.

A equipe avaliou os 34.476 quasares conhecidos graças ao levantamento astronômico Sloan Digital Sky Survey e detctou 421 potenciais duplas.

“Honestamente, não começamos procurando quasares duplos”, afirmou John Silverman, líder do estudo e pesquisador do Instituto Kavli de Física e Matemática do Universo.

“Estávamos examinando imagens de quasares luminosos para determinar em que tipo de galáxias eles preferiam residir quando começamos a ver casos com duas fontes ópticas em seus centros onde esperávamos [que houvesse] apenas uma.”

Fonte:

Revista Galileu

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