Existe um lugar no Brasil onde existe 5 cobras por metro quadrado

Ilha

Uma pequena ilha rochosa, escarpada, sem praias e de difícil acesso, localizada a 35 km do litoral de São Paulo, entre as cidades de Peruíbe e Itanhaém, tem chamado a atenção ao longo dos último cinco séculos por uma característica insólita:

é habitada quase que exclusivamente por uma espécie de cobra, a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis).

A Ilha da Queimada Grande, conhecida como Ilha das Cobras, se destaca ainda por ter a segunda maior concentração desses animais por área no mundo:

cerca de 45 cobras por hectare – mais ou menos equivalente ao tamanho de um campo de futebol –, perdendo apenas para a Ilha de Shedao, na China.

Com comprimento e largura máximos de 1.500 e 500 metros, respectivamente, e altitude que não supera os 200 metros, a Ilha das Cobras, de 43 hectares, foi descoberta em 1532, pela expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza.

Evolução

Jararaca-ilhoa
Foto: Marcelo Ribeiro Duarte

Ela se formou no final da última era glacial, há cerca de 11 mil anos, quando o nível do mar subiu, separando aquele morro (que fazia parte da Serra do Mar) do continente, transformando-o numa ilha e isolando uma população de jararacas comuns (Bothrops jararaca).

O isolamento e as condições geográficas da ilha lentamente contribuíram com a seleção das características mais favoráveis ao ambiente, criando uma espécie diferente das jararacas continentais.

Ao longo dos milhares de anos seguintes, a espécie se diferenciou de suas parentes de terra firme e se transformou na Bothrops insularis.

Mitos e lendas

Jararaca-ilhoa engole pássaro
Foto: Marcelo Ribeiro Duarte

Talvez por ser muito numerosa e altamente venenosa, a jararaca-ilhoa é objeto de diversos mitos e lendas. Uma delas diz que as cobras foram colocadas lá por piratas, para proteger um tesouro escondido.

De acordo com outra, um faroleiro e sua família foram mortos por suas picadas. Mas isso não ocorreu. No máximo foram mortos alguns animais domésticos, como cães, gatos e galinhas.

O acesso à ilha é estritamente controlado e requer de autorização do Governo Federal. Esta é dada principalmente para pesquisadores.

Fonte:

BBC Brasil

[Realidade Simulada]