Corvos mostram ter forma de consciência, assim como os humanos

Corvos

Pesquisadores da Universidade de Tubinga, na Alemanha, descobriram que alguns corvos possuem experiências subjetivas e podem perceber as coisas conscientemente, algo que, até então, só havia sido observado em humanos e outros primatas.

“Os resultados do nosso estudo abrem uma nova maneira de olhar para a evolução da consciência e suas limitações neurobiológicas”, afirmou Andreas Nieder, professor da universidade alemã e um dos coautores da pesquisa, em comunicado.

No estudo publicado na quinta-feira (24) na Science, os pesquisadores explicam que para os humanos e os primatas não humanos a habilidade de perceber as coisas conscientemente está localizada no córtex cerebral.

Por isso, ao longos dos anos os cientistas têm se questionado se espécies cujo sistema nervoso é estruturado de forma diferente, sem o córtex cerebral, também tinham essa habilidade.

Para rastrear processos conscientes em pássaros, os estudiosos treinaram duas gralhas-pretas (Corvus corone) para sinalizar com a cabeça se haviam visto um estímulo em uma tela.

A maioria dos estímulos era perceptivelmente inequívoca: apresentaram figuras brilhantes ou nenhum estímulo, e os corvos sinalizaram de forma confiável a presença ou ausência deles, respectivamente.

No entanto, alguns estímulos eram tão fracos que estavam no limiar da percepção — e foi aqui que a percepção subjetiva dos corvos entrou em jogo. Para o mesmo estímulo fraco, os animais às vezes indicaram que o tinham visto, enquanto em outros casos não reagiram.

Os pesquisadores registraram a atividade de células nervosas das gralhas-pretas durante todo o processo

Assim, eles descobriram que, quando as aves relataram ter visto algo, as células nervosas estavam ativas no período entre a apresentação do estímulo e a resposta comportamental.

Além disso, foi possível prever a experiência subjetiva dos corvos em relação ao estímulo com base na atividade das células nervosas.

“Espera-se que as células nervosas que representam a entrada visual sem componentes subjetivos respondam da mesma forma a um estímulo visual de intensidade constante”, explicou Nieder.

“Nossos resultados, no entanto, mostram conclusivamente que as células nervosas em níveis de processamento mais elevados do cérebro dos corvos são influenciadas pela experiência subjetiva, ou mais precisamente por produzir experiências subjetivas.”

Fonte:

Revista Galileu

[Biologia]