Formas de vida estão despertando após 40.000 anos no gelo

Formas de vida

Musgo encontrado em geleira de ilha no Canadá mantém até hoje um leve tom esverdeado

Uma geleira conhecida como Teardrop Glacier localizada na ilha canadense de Ellesmere manteve formas de vida ancestrais congeladas em uma região do solo conhecida como permafrost— uma camada que pode não derreter por milhares de anos.

A bióloga Catherine La Farge encontrou no local o musgo Aulacomnium turgidum, que ficou conservado na formação durante centenas de anos.

Embora o musgo tenha sido encontrado desbotado, foi possível notar ainda um leve tom esverdeado, que pode apontar para um sinal de vida.

“Você não assumiria que algo que foi enterrado por centenas de anos poderia ainda estar visível”, contou a pesquisadora, da Universidade de Alberta, dos Estados Unidos.

La Farge recolheu várias amostras da planta, onde as testou no laboratório em solos ricos em nutrientes.

Quase um terço de todas as amostras conseguiu brotar, o que surpreendeu os pesquisadores, já que o congelamento causou poucos efeitos negativos no musgo.

Musgo Aulacomnium turgidum (Foto: P. Boelen/BAS))
Musgo Aulacomnium turgidum (Foto: P. Boelen/BAS))

Quando comparados com outras plantas, os musgos levam vantagem quando se trata em sobreviver sob congelamento.

Essas espécies secam quando as temperaturas caem, evitando efeitos prejudiciais em seus tecidos (cristais de gelo costumam destruir membranas celulares de várias outras plantas).

“Graças a essas adaptações, os musgos são mais capazes de sobreviver à exposição ao gelo em períodos longos”, explicou o ecologista Peter Convey, da British Antarctic Survey, organização nacional do Reino Unido, que opera cinco estações de pesquisa na Antártica.

Um time de pesquisadores, do qual fez parte Convey, anunciou a descoberta de musgos de 1,5 mil anos enterrados em um permafrost do Ártico.

Segundo o pesquisador, esse tipo de solo congelado é “ muito estável” e pode livrar o musgo de “estresses da superfície”, como ciclos anuais de gelo e degelo e radiação que possa interferir no DNA.

Fonte:

Revista Galileu

Leitura adicional:

Science Alert

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