Formiga presa em âmbar vem atacando sua presa há 99 milhões de anos

Formiga

Cientistas franceses, norte-americanos e chineses revelaram um fóssil que captura o momento exato da caça de uma formiga que viveu há 99 milhões de anos, no período Cretáceo.

O âmbar preserva um indivíduo da espécie Caputoraptor elegans, pertencente à extinta sufamília Haidomyrmecinae (conhecida como “formiga infernal”), devorando sua vítima.

O encontro fossilizado dos insetos oferece evidências de comportamento desses animais pré-históricos, que usavam suas mandíbulas em forma de foice, em um movimento vertical, para prender as presas contra seus apêndices em forma de chifre.

Ao estudar o fóssil raro, os pesquisadores também apontaram que essa linhagem de formigas tenha desaparecido devido a mudanças ecológicas ocorridas há 65 milhões de anos, quando ocorreu o período de extinção em massa que dizimou os dinossauros.

“Essa predação fossilizada confirma nossa hipótese de como as peças bucais da formiga funcionavam” afirma, em comunicado, Phillip Barden, principal autor do estudo e professor do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey, nos Estados Unidos.

“Elas se moviam para cima e para baixo em uma direção diferente de todas as formigas vivas e quase todos os insetos.”

(Barden et al., Current Biology , 2020)
(Barden et al., Current Biology , 2020)

Barden e sua equipe sugerem que as adaptações para a captura de presas provavelmente explicam a rica diversidade de mandíbulas e chifres observados nas 16 espécies de “formigas infernais” identificadas até o momento. Enquanto algumas delas usavam os chifres alongados para prender as presas, outras usavam para “furá-las”.

“A integração é uma poderosa força de modelagem na biologia evolutiva. Quando as partes anatômicas funcionam juntas pela primeira vez, isso abre novas trajetórias à medida que as duas características evoluem em conjunto”, explica o pesquisador.

“À medida que nosso planeta sofre seu sexto evento de extinção em massa, é importante que nós trabalhemos para entender a diversidade extinta e o que pode permitir que certas linhagens persistam, enquanto outras desistem.”

O artigo sobre a análise do âmbar, recuperado de Myanmar, foi publicado nesta quinta-feira (06) no periódico Current Biology.

Fonte:

Revista Galileu

[Arqueologia]

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