Google divulga o maior mapa de conectividade cerebral de alta resolução

Mapa

Utilizando técnicas detalhadas de imagem para mapear as vias físicas do cérebro, cientistas do Google e do Janelia Research Campus, na Virgínia, publicaram o maior mapa de conectividade cerebral de alta resolução de qualquer animal.

O modelo 3D rastreia 20 milhões de sinapses que conectam cerca de 25 mil neurônios no cérebro de uma pequena mosca.

Conhecido como ‘Connectomeome’, o mapa cobre cerca de um terço do cérebro do inseto. Antes disso, apenas um único organismo, a lagarta C. elegans, teve seu cérebro completamente mapeado da mesma maneira.

Apesar de a novidade chamar a atenção, ela divide opiniões no mundo da ciência. Os defensores desse tipo de estudo afirmam que isso ajuda a vincular partes físicas do cérebro a comportamentos específicos.

Já os críticos observam que o esforço ainda não produziu grandes avanços, ou seja, o tempo gasto em seu trabalho poderia ser utilizado em outros assuntos.

“A reconstrução é sem dúvida uma maravilha técnica”, disse Mark Humphries, neurocientista da Universidade de Nottingham, ao The Verge.

Ele também afirmou que o estudo é um recurso para outros cientistas aproveitarem. “Ele não responde por si só a questões científicas prementes; mas pode trazer alguns mistérios interessantes”, considerou.

O primeiro passo na criação do mapa 3D foi cortar seções do cérebro das moscas em pedaços com apenas 20 mícrons de espessura, equivalente a aproximadamente um terço da largura de um fio de cabelo humano.

Em seguida, essas fatias foram bombardeadas com com fluxos de elétrons e fotografadas.

Os resultados são processados usando um algoritmo que rastreia os caminhos de cada célula. De acordo com a empresa, foram necessários dois anos para os cientistas revisarem o mapa 3D.

Ainda assim, a imagem cobre apenas uma parte do cérebro da mosca da fruta, conhecida como hemibraco. “Acredito que as pessoas estavam impacientes sobre o que [conectomes] forneceria”, disse Joshua Vogelstein, engenheiro biomédico e cofundador do Open Connectome Project, também ao The Verge.

“A quantidade de tempo entre uma boa tecnologia sendo semeada e o uso da ciência real usando essa tecnologia geralmente é de aproximadamente 15 anos.

Agora, 15 anos depois, podemos começar a fazer ciência”, completou. As moscas da fruta são um assunto comum na área, pois possuem cérebros relativamente simples do tamanho de uma semente de papoula, mas exibem comportamentos complexos.

Fonte:

UOL

[Ciência]