Você viu o cara meio feiosinho da imagem acima?
O nome dele é Graham, e sua aparência esquisitona serve uma causa muito importante: chamar a atenção sobre a fragilidade do nosso corpo — pelo menos quando o assunto são os acidentes de automóveis envolvendo atropelamentos e colisões fortes.
Caso você tenha ficado em dúvida, Graham é humano. Bem, na verdade, se ele fosse real, ele seria um super-humano, capaz de sobreviver a batidas de carro (dentro e fora dos veículos) sem sofrer danos muito sérios. Entenda a seguir!
Ele foi desenvolvido como parte de uma campanha sobre segurança nas estradas lançada recentemente na Austrália.
Quem desenvolveu Graham foi escultora Patricia Piccinini, que contou com a ajuda do engenheiro de tráfego especializado em segurança em rodovias David Logan, e do cirurgião especialista em trauma Christian Kenfield, para criar o “belo”.
Como você deve ter notado, Graham aparentemente não tem pescoço, já que essa região do nosso corpo pode sofrer fraturas facilmente durante acidentes. Além disso, você notou que ele também é meio “cabeçudo”?
O cérebro, como todo mundo sabe, é um dos órgãos mais importantes do nosso corpo, mas, quando o assunto são as colisões, ele não conta com muita proteção.
Assim, Graham conta com um crânio bem mais reforçado e com mais ligamentos e fluídos intracranianos para proteger o cérebro em caso de acidente.
O rosto de Graham também possui bem mais tecido adiposo que o normal, e essa camada extra de gordura serve para absorver a energia de um impacto forte.
Ademais, como muitas pessoas que se envolvem em acidentes sofrem fraturas no nariz e nos ossos da face, Graham ganhou um perfil mais achatado — e suas orelhas ficaram protegidas em seu supercrânio.
Aliás, “supercrânio” mesmo! O crânio de Graham é bem maior do que o convencional e é capaz de absorver o impacto de maneira muito mais eficiente, funcionando como um capacete.
Isso sem falar que, em vez de ter um pescoço normal — que não tem força suficiente para evitar que a cabeça se mova bruscamente para frente ou para trás durante as colisões —, Graham possui uma estrutura fortificada que protege sua cabeça caso ele realize algum movimento brusco.
E você notou que Graham também tem uma porção de mamilos além do par normal?
Os “peitinhos” extra funcionam como airbags para proteger as costelas, já que os cintos de segurança foram projetados para empregar a força desses ossos para nos ajudar a suportar a potência dos impactos.
É por essa razão que os cintos de três pontos passam sobre as costelas e o esterno, sendo afixados sobre a pelve, para espalhar a força do impacto pela caixa torácica. Só que nem sempre esses ossos conseguem suportar as colisões e acabam se fraturando.
Graham ainda ganhou joelhos diferentes dos nossos. Isso porque os pedestres geralmente são atingidos pelos carros quando estão tentando atravessar a rua — os joelhos, que só se movem em uma direção, quase sempre são os primeiros a sofrer fraturas. Os de Graham, por outro lado, são capazes de se mover em todas as direções.
As diferenças também podem ser vistas nos pés de Graham – cujos calcanhares se encontram no meio de suas panturrilhas. Veja:
Na verdade, os pedestres comuns frequentemente sofrem danos extremamente graves nas pernas em caso de atropelamento.
Por isso, Graham foi equipado com mais juntas do que o normal, tornando-o mais ágil na hora “pular” do caminho de um carro em rota de colisão contra o seu corpo.
Por último, Graham recebeu uma pele mais espessa e mais resistente do que a dos humanos comuns — para protegê-lo de ferimentos caso ele seja atingido por fragmentos de vidro ou seja arrastado no asfalto, por exemplo.
E aí, caro leitor, você acha melhor ser cuidadoso na estrada ou preferiria que nós tivéssemos corpos superadaptados como o de Graham?