Cinco anos atrás, os moradores da cidade russa de Chelyabinsk olharam assombrados para o céu e muitos pensavam que tinha começado uma guerra nuclear.
O que aconteceu na verdade foi que um asteroide “rasgou os céus”, provocando uma chuva de meteoritos que hoje encanta os cientistas.
Capturada por muitas câmeras de vídeo, a explosão do asteroide que aconteceu em 15 de fevereiro de 2013 deixou em pedaços as vidraças de muitas janelas e a luz ultravioleta gerada foi tão intensa que mais de vinte pessoas sofreram queimaduras na pele.
Não passou de um grande susto que ficou na memória popular dos russos, mas para os cientistas, o meteorito de Chelyabinsk foi um presente dos céus.
Os astrônomos dizem que lhes trouxe conhecimentos sem precedentes sobre a formação e as órbitas dos asteroides ou dos riscos de que uma rocha rebelde possa cair na Terra. “Foi um evento notável”, disse à Mark Bailey, diretor do observatório Armagh, da Irlanda do Norte.
Apenas uns poucos asteroides cruzam a trajetória da Terra. Muitos menos sobrevivem ao choque e à fricção com a atmosfera.
Os que o fazem, provavelmente caem no mar, que cobre mais de dois terços do planeta ou em uma zona remota, como um deserto, a tundra ou a Antártica.
Mas o fato de um meteorito explodir sobre uma cidade – onde telefones celulares e câmeras de vigilância registaram o evento – e em um país dotado de uma rica tradição científica foi uma oportunidade para os pesquisadores.
O acontecimento “nos deixou uma quantidade colossal de informação”, disse Viktor Grokhovsky, da Academia Russa de Ciências.
Alerta aos curiosos
O fragmento do meteorito de Chelyabinsk está exposto no Museu Regional do Ural do Sul, mas os visitantes devem evitar tocar, adverte o geólogo Sergei Kolisnichenko segundo o portal Chelyabinsk Segodnya.
Segundo o cientista o contato direto com esse corpo celeste pode causar danos à saúde devido aos microrganismos que vivem em sua superfície, por isso não se deve tocar o meteorito “de jeito nenhum”.
“Muitas pessoas tocaram o meteorito e o contaminaram com bactérias de origem terrestre. O corpo celeste ainda não foi estudado, não sabemos como essas bactérias podem se comportar. Por isso, é melhor evitar tocá-lo para não colocar em perigo sua saúde e vida”, informou Sergei Kolisnichenko durante conferência de imprensa no centro regional.
O maior fragmento do meteorito caiu no lago Chebarkul em 15 de fevereiro de 2013. Os residentes da região de Chelyabinsk e das proximidades testemunharam sua passagem pelo céu durante a explosão. Antes de entrar na atmosfera, o peso do objeto era de 13 mil toneladas e a idade de aproximadamente 4,45 bilhões de anos.
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