Mamífero mais antigo do Brasil ganha nome em homenagem a David Bowie

Mariela Castro segura dente do mamífero Brasilestes stardusti (Foto: Divulgação/Fapesp)

O ‘Brasilestes stardusti’ foi descoberto na cidade de General Salgado e viveu na idade dos dinossauros: entre 70 milhões e 87 milhões de anos.

O dente do mamífero mais antigo do Brasil foi encontrado. O Brasilestes stardusti viveu entre 70 milhões e 87 milhões de anos atrás, no fim da era Mesozóica, ou idade dos dinossauros, onde hoje está localizado o noroeste do estado de São Paulo.

A descoberta foi feita em uma parceria entre instituições nacionais e internacionais e foi publicada nesta quarta-feira (30) pela “Royal Society Open Science”.

A paleontóloga Mariela Cordeiro de Castro, autora principal do estudo, disse que o dente foi avistado no meio do pasto na fazenda Buriti, em General Salgado, a 550 quilômetros da capital paulista.

Pesquisadores analisam a região há anos, mas o fóssil do mamífero foi encontrado em um único dia. Sem as raízes, o pedacinho de dente tem 3,5 milímetros e é um molar.

Apesar de parecer pequeno, ele é três vezes maior do que quase todos os dentes conhecidos em mamíferos que viveram no Mesozóico – eles são bastante raros durante este período na Terra, segundo a cientista.

Dente tem apenas 3,5 milímetros, mas é três vezes maior do que quase todos os dentes da era Mesozoica (Foto: Divulgação/Fapesp)
Dente tem apenas 3,5 milímetros, mas é três vezes maior do que quase todos os dentes da era Mesozoica (Foto: Divulgação/Fapesp) 

Mas um dente, uma parte única, é capaz de traçar a idade de uma espécie?

Por resistirem durante toda uma vida para garantir a mastigação de um animal, os dentes são uma das partes com mais chance de fossilizar e preservar características.

O material foi enviado para uma equipe no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e por lá eles determinaram com precisão a época em que o animal viveu.

O dente foi encontrado poucos meses antes da morte do cantor David Bowie, em janeiro de 2016 – e o estudo foi encerrado em 2018.

Por isso, um dos autores, o professor Max Langer, escolheu o nome Brasilestes stardusti. A segunda parte do nome é uma referência à música “Ziggy Stardust”, clássico do cantor inglês. A primeira, claro, é uma homenagem ao nosso país.

O artigo contou com o apoio da Fapesp, e é um projeto da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, da Universidade Federal de Goiás, da Universidade Estadual de Campinas e, como dito acima, do MIT.

Fonte:

https://g1.globo.com/

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