Os corpos de pedra de Pompéia não são o que você pensa

Pompeia

Um dos maiores monumentos históricos de Pompeia são os supostos corpos petrificados, que atraem milhares de visitantes todos os anos para a região destruída pelo fenômeno natural.

Mas a história real por trás deles parece contradizer o que se acredita popularmente sobre esse artefato histórico.

No ano de 79 D.C., o Monte Vesúvio — grande vulcão ativo localizado a 8 km da de Pompeia — inundou a região com nuvem mortal de gás superaquecido, derretendo rochas e deixando cinzas quentes.

Popularmente, acredita-se que esses monumentos sejam corpos petrificados de pessoas atingidas pela erupção do Monte Vesúvio, sem conseguir deixar a região.

Porém, esses corpos só foram colocados lá após o ano de 1800, ou seja, até então não haviam rastros dos humanos reais petrificados na região.

Afinal, se não são corpos, o que são?

A professora de clássicos da Universidade de Cambridge, Mary Beard, deu explicação direta e precisa sobre esses objetos: “A verdade é […] que eles não são realmente corpos”, explicou. “Eles são o produto de um pouco de engenhosidade arqueológica, remontando à década de 1860.”

Ou seja, os supostos corpos petrificados não passam de remontagem com reflexão histórica dos habitantes que existiam na região no momento da erupção;

Desde o final do século XVI, eventuais escavações ocorreram na região de Pompeia sob a liderança do arqueólogo Giuseppe Fiorelli, mas ainda não foram tão determinantes para a atual formação do que se sabe sobre a região;

Somente no século XIX, os escavadores da época notaram diversas anomalias na região, como série de buracos e cavidades com restos humanos.
Esses descobertos eram os reais corpos dos moradores de Pompeia — diferente dos moldes cinzas em exibição. “O material do vulcão cobriu os corpos dos mortos, endurecendo e solidificando ao redor deles”, afirmou Beard.

“À medida que a carne, os órgãos internos e as roupas se decompunham gradualmente, um vazio era deixado – que era uma impressão negativa exata da forma do cadáver no momento da morte.”

De forma resumida, os supostos corpos petrificados em exposição não passam de molde de gesso moderno dos lugares onde os corpos já estiveram. Outro acontecimento histórico foi determinante para essa reconstrução:

as mais de 160 bombas foram lançadas contra a região durante a Segunda Guerra Mundial, destruindo toda a reconstrução do século XX. “Foi, francamente, um desastre”, escreveu Beard. “Partes do que vemos agora são uma reconstrução de uma reconstrução.”

Fonte:

Olhar Digital

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