“Rã zumbi” e outras espécies do anfíbio são descobertas na Amazônia

Anfíbio

“Rã zumbi” e outras 2 espécies do anfíbio são descobertas na Amazônia

Animais encontrados na região norte da floresta tropical, incluindo áreas do Brasil, ficam em locais de difícil acesso e pertencem a um grupo pouco conhecido por cientistas

Por serem pequenas e morarem embaixo da terra, as rãs do gênero Synapturanus são difíceis de encontrar.

A missão, porém, não é impossível e, em julho, um artigo que descreve três novas espécies desse tipo de anfíbio será publicado no periódico Zoologischer Anzeiger.

As espécies Synapturanus zombie, Synapturanus mesomorphus e Synapturanus ajuricaba são de uma região amazônica conhecida como Escudo das Guianas, que inclui áreas de Brasil, Guiana, Guiana Francesa e Venezuela.

Apesar de estarem distribuídas praticamente pelo planeta todo, as rãs Synapturanus são pouco conhecidas.

“Até agora, os cientistas deram pouca atenção a esse gênero”, afirma, em nota, o pesquisador Raffael Ernst. “Os habitats são difíceis de acessar e é complicado diferenciar os sons desses animais”, complementa.

O barulho dos machos, por exemplo, só é ouvido durante ou após fortes chuvas

(Foto: Antoine Fouquet)
(Foto: Antoine Fouquet)

Por isso, os herpetólogos (especialistas em répteis e anfíbios) precisam cavar, enquanto estão completamente encharcados, para encontrar as rãs escondidas sob a terra.

“Todo esse mistério e esse cenário enlameado foi o que nos inspirou a utilizar o nome Synapturanus zombie para uma das novas espécies descobertas na região da Amazônia”, explica Ernst. De acordo com o artigo, a “rã zumbi” é alaranjada e mede pouco menos 4 centímetros.

Agora, os pesquisadores pretendem seguir com as investigações. “Acreditamos que existam seis vezes mais espécies de Synapturanus do que conseguimos descrever até o momento”, comenta Raffael Ernst.

E, além de procurar novos animais do gênero, Ernst pontua que é preciso coletar mais dados e compreender se essas espécies estão ameaçadas.

“Há muito trabalho a ser feito, principalmente porque ainda não conseguimos avaliar de forma conclusiva o status de risco”, finaliza.

Fonte:

Revista Galileu

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