Tinta mais leve do mundo é criada: 1,4 kg pintam um Boeing 747

Tinta

Uma equipe de pesquisadores conseguiu desenvolver uma tinta capaz de repelir o calor, durar séculos e ainda por cima ser ultraleve. Ela é inspirada nas asas de borboleta e não depende de pigmentação para ter diversas tonalidades.

A tinta é a mais leve já criada atualmente e suas cores são formadas estruturalmente pelo arranjo de nanopartículas, fazendo com que ela seja chamada de tinta plasmônica. Além disso, ela também oferece uma ótima cobertura.

Para pintar um Boeing 747 atualmente são necessários 454 quilos de tinta convencional, com a plasmônica é preciso de apenas 1,4 quilos. Isso permitiria que menos energia fosse gasta durante um voo, e consequentemente menos gases do efeito estufa seriam liberados.

Apesar de ser revolucionária, a tinta plasmática ainda foi produzida apenas em laboratório e sua produção comercial e em massa está longe de acontecer. Mas na pesquisa publicada na Science Advances, os cientistas relataram já ter conseguido produzir diversas cores com a nova tecnologia e que podem ser facilmente ampliadas, o que é o próximo passo do estudo.

Menos calor

Uma das vantagens da tinta plasmônica é que ela é capaz de refletir luz infravermelha, ou seja menos calor é absorvido e as estruturas que possuem sua superfície coberta com ela, acabam por ficar mais frias. Segundo os pesquisadores, a tecnologia é capaz de manter as superfícies 13 a 16 graus Celsius mais frias do que as tintas convencionais.

Sem pigmentos

Nas tintas convencionais, para cada cor é necessário produzir um tipo de pigmento. Elas funcionam de forma que as moléculas absorvem determinada cor do espectro de luz e refletem outra.

Na tinta plasmônica, são usadas apenas duas nanopartículas incolores, alumínio e óxido de alumínio, fazendo com que ela possua apenas 0,00015 milímetros de espessura. As moléculas são organizadas de diferentes formas em cima de um espelho de alumínio revestido de óxido, podendo controlar a reflexão, absorção e a forma como a luz se espalha, muito semelhante com que acontecem nas borboletas.

Feixe de elétrons

Para criar a tinta plasmônica, os pesquisadores utilizaram um evaporador de feixes de elétron, capaz de aquecer substâncias a temperaturas altas e controladas. Esse processo faz com que as nanopartículas de alumínio se juntem. As diferentes condições de temperatura e pressão permitem que as estruturas possam refletir diferentes cores.

Além disso, a mistura das cores estruturais com um aglutinantes, permitem que ela dure por séculos depois de aplicada em superfícies, pelo menos na teoria. No entanto, estamos longe de usar a tinta plasmônica para pintar a parede de nossas casas, já que sua produção em laboratório ainda é muito cara.

Fonte:

Olhar Digital

[Tecnologia]