Maioria das espécies de café está em risco de extinção

Extinção

O cafezinho do dia a dia está ameaçado

Dos 124 tipos de café existentes no planeta, 60% está em vias de extinção, revela um estudo publicado na revista Science Advances. Isto significa que, até 2088, a produção de café poderá diminuir em pelo menos 50%.

estudo, realizado pelo Royal Botanic Gardens de Kew, no Reino Unido, revela que a desflorestação, a propagação de doenças e as alterações climáticas são as principais causas deste problema.

Os investigadores defendem que as medidas preventivas implementadas até agora são “inadequadas”, pois 28% das espécies de café silvestre crescem fora das áreas protegidas e só 50% estão nos bancos de sementes para preservação.

De acordo com a mesma publicação, esta é a primeira vez que o café entra no ranking oficial da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza.

Café Arábica

“No caso do arábica, as mudanças climáticas têm um impacto ainda maior em sua sobrevivência do que o desmatamento”, comenta Davis.

“O arábica é classificado como ameaçado de extinção na natureza principalmente devido à mudança climática. E vale ressaltar que é a única espécie que tem projeções de mudanças climáticas incluídas em sua avaliação de risco de extinção.”

Foi a primeira vez que os pesquisadores analisaram, segundo a metodologia da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o risco de extinção de todas as 124 espécies de café conhecidas.

Segundo os cientistas, as maiores ameaças às espécies de café são o desmatamento, as mudanças climáticas e a propagação de doenças e fungos patogênicos.

As conclusões são baseadas em mais de 20 anos de análises, em que cientistas de Kew se dedicaram a descobrir, avaliar e documentar as espécies de café em todo o planeta.

Riscos

A variedade de café Namoroko, de Madagascar, também está ameaçada Aaron Davis/RBG Kew
A variedade de café Namoroko, de Madagascar, também está ameaçada Aaron Davis/RBG Kew

A visão sombria para o futuro do café arábica já havia sido revelado por esses pesquisadores em 2012. Na época, por meio de simulações de computador, eles conseguiram prever o impacto do aquecimento global na produção da planta – concluindo que as áreas propícias ao cultivo do arábica podem ter uma redução de 85% até 2080.

Nas pesquisas atuais, a equipe do instituto deteve-se no estudo das espécies de café como um todo. Segundo comunicado do Royal Botanic Gardens, “os resultados dos estudos publicados hoje são extremamente preocupantes”, sobretudo para “a indústria multibilionária do café que se baseia no uso de espécies de café silvestre”.

“Alguns deles, incluídos na lista como ameaçados, configuram-se como espécies que podem ser fundamentais para o futuro da produção de café”, prossegue a nota divulgada pela instituição.

Atualmente, duas espécies de café dominam o mercado mundial de café: cerca de 60% são Coffea arabica e o restante é Coffea canephora, o robusta.

A maioria destes tipos de café encontra-se nas florestas remotas de África e na ilha de Madagáscar, mas também pode ser encontrado em climas tropicais como a Índia, o Sri Lanka e a Austrália.

Fonte:

https://noticias.r7.com/

Leia também:

Beber café reduz as chances do aparecimento de doenças