Fim da diálise? Primeiro rim bioartificial autônomo está em fase de testes

Bioartificial

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Francisco (UCSF) desenvolveram, após anos de pesquisa, o primeiro protótipo de um rim bioartificial.

Uma vez implantado, ele funciona de forma autônoma – sem a necessidade de medicamentos adicionais ou fonte de alimentação.

Se esse órgão artificial nunca foi criado é porque o rim não é apenas um filtro. Este órgão desempenha várias funções vitais no corpo:

incluindo a filtragem de toxinas e resíduos do sangue, mas também a regulação da pressão arterial, dos níveis de eletrólitos e de outros fluidos corporais. Processos difíceis de reproduzir com precisão.

Viver com apenas um rim em funcionamento é possível, mas quando ambos falham, a manutenção desses mecanismos é complicada.

Pacientes com doença renal crônica geralmente começam com diálise regular, que é demorada (geralmente 4 a 5 horas, três vezes por semana), desconfortável e não isenta de riscos.

Uma solução de longo prazo é o transplante de rim, que pode restaurar uma melhor qualidade de vida, mas envolve ter que tomar terapia imunossupressora por toda a vida para evitar a rejeição, tornando-o mais vulnerável a infecções.

Hemofiltro e biorreator totalmente autônomo

Como parte do UCSF Kidney Project, a equipe desenvolveu um rim bioartificial que pode ser implantado em um paciente para realizar as funções principais de um rim real, mas sem a necessidade de terapia imunossupressora ou anticoagulante, que também são frequentemente necessárias após um transplante.

O rim bioartificial está conectado a duas artérias principais do paciente – uma que carrega o sangue para ser filtrado e a outra que o devolve ao corpo – e também à bexiga, onde os resíduos são depositados na forma de urina.

Operação em validação

A equipe recentemente conduziu experimentos de prova de conceito, mostrando que o rim bioartificial funciona somente sob pressão sanguínea, sem uma bomba ou uma fonte de energia externa.

As células dos túbulos renais sobreviveram e continuaram a funcionar durante o teste. Agora será uma questão de avaliar a vida útil do dispositivo e seu funcionamento a longo prazo.

O rim artificial não só vai reproduzir a qualidade de vida das pessoas que fizeram transplante renal, mas também evitará que tomem imunossupressores. Um avanço espetacular.

Fonte:

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[Saúde]