Neurônios artificiais e cerebrais se conectaram pela internet

Neurônios

Novo estudo permite que neurônios artificiais e cerebrais se conectem pela internet

Se você ainda se lembra do som da internet discada ao se conectar, está na hora de reprogramar seu cérebro. Isso porque pesquisadores já investigam e até mesmo desenvolvem a próxima era do sistema global de redes de computadores.

É a Internet da Neuroeletrônica, onde neurônios humanos estarão conectados e trabalhando ao lado de neurônios artificias, a partir dos nanoeletrônicos, em uma fusão inédita entre homem e máquina.

Afinal, as funções cerebrais só são possíveis através de circuitos de neurônios, que estão conectados entre si por ligações microscópicas, mas altamente complexas, chamadas sinapses.

Ainda, hoje, as sinapses nervosas são, em alguns pontos, misteriosas para a ciência.

No entanto, em estudo publicado pela revista científica Nature Scientific Reports, cientistas criaram uma rede neural híbrida em que neurônios biológicos e artificiais, em diferentes partes do mundo, foram capazes de se comunicar pela Internet.

O Estudo

Cientistas da Suíça, Itália e Reino Unido conseguiram fazer com que um neurônio biológico se comunicasse com dois neurônios artificiais por meio da internet, em uma rede neural internacional conectada remotamente, que é a primeira desse tipo já desenvolvida no mundo.

O neurônio biológico foi retirado do cérebro de um rato, e está localizado em um laboratório da Universidade de Pádua, na Itália. As células cerebrais artificiais, feitas à base de silício, estão situadas na Universidade de Zurique, na Suíça.

A troca de informações foi realizada por meio de um nódulo de comunicação na Universidade de Southampton, no Reino Unido, que serviu como “ponte”.

A esse nódulo de comunicação, os pesquisadores deram o nome de “sinapse”, o mesmo nome que é dado às conexões entre células cerebrais individuais.

Futuro: a internet da neuroeletrônica

Após a conexão pioneira, os pesquisadores acreditam que esse feito deve despertar o interesse de outras áreas, acelerando o ritmo da inovação e do avanço científico no campo da pesquisa de interfaces neurais.

Dessa maneira, essa nova descoberta também abre caminhos para novos desenvolvimentos significativos na pesquisa de inteligência neural e artificial.

Além disso, essa capacidade em conectar diferentes tecnologias (e conhecimentos) espalhadas pelo mundo, de modo colaborativo e eficiente, é um passo em direção à democratização da tecnologia, que desmistifica o preconceito em parcerias acadêmicas.

De acordo com o professor Prodromakis, “estamos muito empolgados com esse novo desenvolvimento.

Por um lado, ele define as bases para um novo cenário que nunca foi encontrado durante a evolução natural, em que neurônios biológicos e artificiais são ligados e se comunicam através de redes globais, lançando as bases para Internet da Neuroeletrônica.”

Prodromakis ainda destaca que a descoberta “abre o caminho para pesquisas sobre a substituição de partes disfuncionais do cérebro por chips de Inteligência Artificial”, ou seja, pode ser um caminho para a virada ciborgue da humanidade, onde sinais biológicos e digitais poderão ser igualmente lidos.

Fontes:

Eureka Alert

Futurism

[Tecnologia]